segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Palavras Escorregadias

Como a JúliaML sugeriu, num comentário aos Dias que Voam, que me dessem azeites, para provar que não fiquei com os ditos, eis o que o aproveitadinho e prendado signatário se propõe fazer com qualquer matéria oleosa de valor alimentar comprovado...

Kalogathia

Titulamos assim para fazer um agrado à Xantipa, sem, no entanto, Lho dizer. Respondendo, Querida T, não pensei que as possibilidades do vinho estivessem esgotadas. Recorda o meu pendor proteccionista? Pois cá venho propagandear o produto de uma região portuguesa que diz muito a Certo Amigo desta casa, ora emigrado no Hemisfério Sul: parece que tem propriedades mágicas. Claro que a T e as Leitoras que aqui pousem os olhos não precisam de ainda mais beleza; e o pobre réprobo esvaziou algumas pipas, sem melhoramento que se visse neste carácter fraco e tacanho. Até que, atentando na repartição pelos dois géneros do ideal completo do Mundo Clássico, dei a incapacidade transformadora como uma manifestação nociva mais da Era do Especialista.

Nobel Razão (A Maldição do Divã 3)

Querida Amiga, um spray de...água???!!! Não lembra ao Mafarrico, como demonstra o deleite que as Mulheres põem numa toilette cuidadosa e demorada, verificável nesta imagem da Gregas Antigas,


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sendo que, para receberem os benefícios da água termal na pele não se furtavam ao meio menos fácil, o que estas figuras, em igualmente helénicos banhos atestam.


A menos que...
a aceitabilidade feminina de expediente tão duvidoso como o spray



se deva a uma inconsciente equiparação dele a um clic do rato do computador, que facilita instantaneamente acessos doutra forma trabalhosos.


o que talvez tenha sido ditado pelo Inconsciente, ao saber da atribuição do Prémio Nobel da Medicina a experimentadores de ratos transgénicos. Haverá algum que o seja mais do que o roedor informático?
Dr. Fraude

Racionalização dos Serviços

Dedico a todas as vítimas do ministro Campos a imagem do que se perspectiva como modelo mais moderno de ambulância, na linha lógica de contenção de despesas de funcionamento do Serviço Nacional de Saúde.

O Tempo e o Modo

Leitura da excelente série de Ortega Y Gasset sobre «As Ideias dos Castelos». Absolutamente fundamental o capítulo sobre os Criados e a valorização do serviço como algo que não se podia pagar, sob pena de degradação, assim como a proximidade do Superior como elevação, em época que não estabelecia a escala social por zeros de contas bancárias. Além da humanização da Economia, estabelecendo a medida da produção em função do que previamente se sentira necessidade de consumir, ao invés de, como hoje, inventar necessidades de consumo como decorrência da acumulação abstractamente empreendida.

Mas o principal ponto distintivo residia na erradicação do fundamento negocial da estruturação:
Durante a Idade Média as relações entre os homens repousavam no princípio da fidelidade, radicando por sua vez na honra. Pelo contrário, a sociedade moderna está fundada no contrato. Nada pode mostrar tão claramente a oposição entre essas duas emoções primárias que viveram uma e outra idade. A fidelidade, o seu nome o define, é a confiança erigida em norma. O homem une-se ao homem por um nexo que fica sepultado no mais íntimo de ambos. O contrato, ao invés, é a cínica declaração de que desconfiamos do Próximo ao tratar com ele e o ligamos a nós em virtude de um objecto material - o papel do contrato - que fica fora das pessoas dos contratantes e que, chegando a hora, poderá - vil matéria que é - levantar-se contra eles. Grave confissão da modernidade! Fia-se mais na matéria, precisamente porque não tem alma, porque não é pessoa. E, com efeito, esta idade tendeu a elevar a Física ao estatuto de Teologia.
Não andarei longe da verdade se disser que foi muito isto que logo me desiludiu do Direito no primeiro ano do curso. Onde esperava a regulação da Direiteza encontrei os expedientes da esperteza. E logo vi em tantos coleguinhas precocemente encarrilados para carreiras inescapáveis de rotinas minutantes o estrangulamento dos restos de frescura que aos dezoito anos ainda subsistiam! Alguém me disse, ao terminar o calvário, que a profissão de jurista era "apaixonante" por trazer uma coisa nova todos os dias. Faltou acrescentar que apenas dentro dos limites das linhas e entrelinhas, demasiado pouco para quem queria mais do Homem, mesmo alertado para o pouco que havia a esperar dele.
A nossa época é aquela que precisou de recorrer a outra espécie para retratar a Fidelidade, como no quadro de Olivier Lamboray.

domingo, 7 de outubro de 2007

És Pó E Em Pó Te Tornarás

É certo e sabido que maquilhar-se pode colocar qualquer Senhora nas núvens, sei-o desde que vi a «Mary Poppins». Agora vê-se bem que a T não é adepta de bola, ou não Se atreveria a tocar em matéria tão melindrosa como o pó de arroz. É que todos os interessados por este desporto sabem que, numa politicamente incorrectíssima preocupação, o Fluminense, do Brasil, nos seus primórdios, empoava os seus jogadores negros, tentando fazê-los passar por brancos, levando a que ainda hoje os seus simpatizantes sejam conhecidos pelo nome do cosmético...
Só não me insurjo porque o meu sexo tem pulverizadas responsabilidades no cartório: o horrível hábito de cobrir de poeira apropriada as cabeleiras, para secar as gorduras, que faziam os cabeleireiros do Século XVIII assemelhar-se aos técnicos que espalham químicos pelas plantações...
Nada como a boa água, nas caras Delas e nos nossos crânios!

A Pista Búlgara

Como é irónica a vida de um Estadista! Este cartoon referia-se ao prolongamento no cargo da tentativa do candidato presidencial Sarkozy disputar ao futebol as atenções da Imprensa para a reconciliação matrimonial com Cecília, o que reforçaria a sua imagem presidenciável. Hoje, pelo contrário, deve estar a torcer com unhas e dentes para que a vitória dos ragbistas franceses sobre a Nova Zelândia afaste os olhares da ruptura de que se fala. Nada disto teria importância se não evidenciasse a areia atirada para os olhos públicos, tanto pelo vencedor como pela derrotada Ségolène, duas figuras com que até simpatizo, de compor o perfil, negando que as suas relações estivessem tremidas. É esta fraqueza uma manifestação mais da falta de fiabilidade que caracteriza a palavra dos políticos. Sobre factos, porque o "sempre" referido ao Futuro do casal não é senão uma promessa mais de que não admira o incumprimento. As crises são privadas, a sua ocultação em eleitoral proveito é pública e relevante.

Os Dois Gumes da Lâmina

A Espada do Espírito de Sharon T. Hirsch

A grandeza de um homem se inclinar diante da função de instrumento só subsiste enquanto a tranquilidade do rumo encontrado não se deixar estagnar e o fizer abdicar pantanosamente de prosseguir o esforço. É que o deslumbramento da Contemplação Suprema acarreta um correlato risco, o dos Místicos, de, ainda que momentaneamente, esquecer que não estamos sozinhos na prerrogativa de absorver o que possamos do Bafo Divino: e de ver na força que empunha a própria essência do que o Elmo protege, substituindo a direcção da Pedra Primeira pela suficiência de um pobre cérebro a que mais não se pedia do que serviço nem sempre vingador.
O misto da Certeza e do Risco, por Fernando Pessoa

GLÁDIO

Deu-me Deus o eu gládio, porque eu faça
A sua santa guerra.
Sagrou-me Seu em génio e em desgraça
Às horas em que um frio vento passa
Por sobre a fria terra.

Pôs-me as mãos sobre os ombros e dourou-me
A fronte com o olhar;
E esta febre de Além que me consome
E este querer-justiça são Seu nome
Dentro de mim a vibrar.

E eu vou, e a luz do gládio erguido dá
Em minha face calma.
Cheio de Deus, não temo o que virá,
Pois venha o que vier, nunca será
Maior do que a minha alma!

sábado, 6 de outubro de 2007

FrutO da Estação

Pensando nas partes vegetais que se desprenderão e nas páginas que espero ler até à Primavera. «Folhas de Outono», de Les Baxter.

Como Vespasiano

Demasiado novo para guardar reminiscências dos assassinatos da década de Sessenta, o primeiro atentado sucedido contra um político cuja acção apreciasse, por mim seguido nas notícias televisivas, foi o que, em 6 de Outubro de 1981, vitimou Anuar Al Sadate. Simpatizava duplamente com ele, quer pela origem desfavorecida, cruzada do sangue Sudanês tão oprimido pelo estrato superior Árabe de orígem pura, como por, depois de se ter distinguido na Guerra, ter, como um Begin vindo do terrorismo intransigente, tido a coragem de fazer a Paz entre os dois principais inimigos de uma região que parecia condenada à hostilidade de ambos. Além disso, agradava-me que tivesse subvertido o ódio anti-ocidental laico do nasserismo, regime demagógico de poucos escrúpulos, inspirado em Hitler e dando o braço aos Soviéticos, feito que lhe determinaria a morte, provocada por outros emergentes fanáticos inimigos do nosso modo de vida, de inspiração religiosa, esses, que então davam os primeiros passos de uma triste e macabra proeminência hoje incontestada.
Dum desfile evocativo de vitória inexistente, a da Guerra do Yom Kipur ganha por Israel, mas que se comprazia em contentar-se com as dificuldades que a princípio criara, ao contrário de uma Síria logo repelida e penetrada, guardo a imagem de um triunfo verdadeiro - o Daquele que permaneceu levantado frente às balas dos assassinos, inversamente a Mubarak e Abu Ghazala, os quais se abrigaram. Morrer de pé foi bem uma glória adicional de verdadeiro "Raiis", fazendo-se citação do Romano: «É PRECISO QUE UM IMPERADOR MORRA DE PÉ».

A Angústia da Interpretação

Quando se manifesta não já na psicanálise mas na hermenêutica é um caso sério. Não é tão fácil determinar o sentido desejado pelo Autor, como sugerir um a que o Cliente adira: a propósito deste contra-postal da T, fico sem saber se "otomana"

se refere à gaiata com que inicei a maratona blogadora de hoje. Se assim foi, penso ser uma clara tomada de parte no conflito greco-turco, pois a Jovem é Helénica e, desde o Século XIX, o seu País emancipou-se do Império Otomano.
Ou se o vocábulo é uma sátira a outro divã, o da minúscula, auxiliar das terapias psíquicas que venho aproveitando para estas brincadeiras. No caso de ser esse o rumo, e porque das bonecas se partiu para vaidades em feira, seguem, além de um dos femininos brinquedos, um móvel confortável que dá pelo citado nome de sabor turco e um espelho, onde todos os pequenos e superficiais orgulhos se podem mirar.

Mas porque a otomanice foi dada como algo de que eu seja "senhor", transportei-me de imediato à minha fantasia preferida, a da Odalisca, aqui em versão de Léon François Comerre, cujas glórias ocorreram nos haréns celebrizados pela Nação cujos destinos dependiam da Sublime Porta.

A menos que tenha a Querida Amiga ficado picada com a corda a fazer andar a Dama da imagem do post anterior, caso em que terá escorregado para um episódio adicional da Guerra dos Sexos e, para tanto, invocado as Manas Otto, nativas da Pensilvânia ao serviço do Exército dos EUA, com respectiva transposição para o Português.
Perante leque tão vasto de opções só a Artista da Blogosfera poderá fazer interpretação autêntica...

A Maldição do Divã 2: Casa de Boneca

Indaga a T qual a boneca que terá habitado uma certa caixa. Não, não foi certamente a do postal que precedeu. A resposta é tão simples como a do ovo de Colombo: aquela que tenha tido o condão de mover a Dona, ou, no caso, a Presenteada. Porque na abertura de um presente a margem de incerteza é como a do carácter aberto do Presente. E o que tem força para nos dar corda é afinal por nós decidido. A intervenção ofertante é um detonador. O que não é pouco.
Dr. Sigmund Fraude

Gregueria

Olhando a modelar Grega Chrysanthi Dafla, recordo que lá por hoje ser Sábado, não há desculpa válida para ficar de braços cruzados...

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Nessa Não Embarco!

No equivalente dia de 1910 a Revolução em Lisboa ganhava porque, apesar de tudo, se mostrou a menos incompetente das partes em conflito. Disse eu partes,? Gralha imperdoável, parte só havia uma, pois toda a tropa e mais gente disposta a combater não encontrou correspondente vontade e capacidade num Chefe que fosse, salvo uma bateria de Artilharia da Rutunda, com um Couceiro prenunciador.
Faltava afastar o Rei. Um simulacro Dele, pobre Rapaz recentemente investido num Papel para que não fora preparado e sem ter decorrido o tempo que promove as superações em casos similares. Numa actualização do Portugal é Lisboa e o resto é paisagem a arrogância da Burguesia Republicana da Capital tinha, pela voz de João Chagas rosnado
tenhamos a vitória em Lisboa e o resto faz-se por telégrafo. Lembra bem Rocha Martins o esquecimento de outra frase do mesmo, eu, se visse um rei ao pé sentiria tremer as pernas e as convicções. À cautela, porque uma Real Presença, mesmo marionetada pelos políticos dos partidos, pode lembrar a alguns fracos - mas não falsos - juramentos prestados, urgia pôr o Soberano ao largo. Foi o que fizeram, literalmente, na Ericeira, enganando-o com o engodo do transporte da Realeza para o Porto, evitando uma qualquer veleidade agigantadora de resistência na Província. Uma vez apanhado a bordo veio a segunda etapa do engano, rumo à desistência: a da apresentação do triunfo republicano como facto consumado, o que não custou, num país em que as atitudes tidas por "mais dignas", como a do Comandante da Guarnição Portuense, se ficavam pela recusa de içar a bandeira antes de confirmada a vitória dos revoltosos. A dignidade identificada com a adesão aos ganhantes, factor duradouro nos influentes de um país que, se reduzido ao número e tempo deles, bem mereceria a falta de sorte que fez embarcar o Ocupante do seu Trono para outras costas e a Nação para o afundamento.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Animais, Nossos Amigos

A Criação dos Animais de Tintoretto

Faz-me sempre impresão ver, no Dia que convencionaram ser do Animal, a eterna passeata televisiva pelo Jardim Zoológico. Prender os Amigos é uma boa disposição, mas afectivamente falando, sem para tal recorrer a grades.
A Todos os que, tendo visto «O Planeta dos Macacos», sentiram um incómodo mais profundo que o simplesmente ditado pela inversão dos papéis

Uaaaaah Vs. Buaaaaah

Querida T, assim não pode ser, deixar os Seus leitores à míngua de postagens. Agora percebo por que razão no elenco dos Pecados Capitais a Acedia foi substituída pela rotineira Preguiça, aqui dada a versão de Jacques Callot: a pensar no absentismo actual da Grande Animadora dos «Dias...»

Lá porque gostamos deles, não quer dizer que sigamos literalmente os maus exemplos que dêem, não é?

The Truth About Islam - Arab Girls Stripping For Free - XXX


Se não fosse comentado por destacadas figuras Muçulmanas, o vídeo sobre o hábito das Sauditas fazerem strip frente às web cameras até passava por propaganda anti-Islâmica. E quem, confrontando a sedutora conduta com o narrado no «Destak» de hoje, um repúdio da Mulher pelo marido que a surpreendeu vendo programa televisivo de culinária apresentado por um homem, não deve ficar perplexo - para a lógica local as exibicionistas, se forem dotadas, reforçam o respectivo prestígio, sem contra-indicações, por se encontrarem a distância segura. Agora esta hã... teleadúltera demonstrou interesse por outro, o que é um cozinhado inadmissível!
Nota adicional: o título da pérola do YouTube é como segue:
The Truth About Islam - Arab Girls Stripping For Free - XXX
Claro que a pouca vergonha materialista a que chegámos obriga aos três XXX... dado as meninas terem enveredado por espectáculo GRATUITO


Nós Por Nós

A 4 de Outubro de 1743 esse Henry Carey de que todos conhecemos uma música, tantas vezes sem a relacionarmos com o Autor, trocou, exangue, as cordas do seu ofício por uma outra, a do desespero, com que se enforcou. Conseguira resistir às espoliações e vinganças que o tinham obrigado a uma vida de pobreza, por, com mais bafejados amigos, quais Swift e Pope, se ter, em nome do Conservadorismo que professava, oposto aos desmandos plutocráticos e de favorecimentos partidários dos Liberais de Walpole. Sucumbiu, porém, à maior dor do mundo, a perda de um dos Filhos. Antes, terçara armas pela renovação do teatro musicado britânico, segundo padrões não-hipotecados à importação, na esteira inovadora de Gay.
Dele ficará para sempre o «God Save The King/Queen». A própria mobilidade do Género no título condensa muito da Verdade Monárquica, traduzindo a ideia de que o Sucessor Legítimo é a mudança forçada que mantém a Identidade. Mas se lermos toda a letra, a parte que para o hino não passou, veremos a assimilação da Real Pessoa à defesa da Lei, o entendimento dos Súbditos como uma Família alargada, depositando a sua representação no respectivo Chefe e, até, poliicamente correcta avant la lettre, a condenação dos "rebeldes escoceses", mais por serem revoltosos do que por virem da Caledónia, mas a lembrar o caído final "Contra os Bretões...", de «A Portuguesa». São as aspirações à unidade que diferenciam as sortes das Nações. Aprendamos, pois:

1. God save our gracious Queen,
Long live our noble Queen,
God save the Queen!
Send her victorious,
Happy and glorious,
Long to reign over us;
God save the Queen!

2. O Lord our God arise,
Scatter her enemies
And make them fall;
Confound their politics,
Frustrate their knavish tricks,
On Thee our hopes we fix,
God save us all!

3. Thy choicest gifts in store
On her be pleased to pour;
Long may she reign;
May she defend our laws,
And ever give us cause
To sing with heart and voice,
God save the Queen!
4. Not in this land alone,
But be God's mercies known,
From shore to shore!
Lord make the nations see,
That men should brothers be,
And form one family,
The wide world over.

5. From every latent foe,
From the assassins blow,
God save the Queen!
O'er her thine arm extend,
For Britain's sake defend,
Our mother, prince, and friend,
God save the Queen!

6. Lord grant that Marshal Wade
May by thy mighty aid
Victory bring.
May he sedition hush,
And like a torrent rush,
Rebellious Scots to crush.
God save the King!








Contento das Mónicas

Se há coisa que não percebo é o espavento que por aí grassa acerca do facto de a jornalista Mônica Veloso, peça central de um escândalo envolvendo o Presidente do Senado Federal Brasileiro, ter posado para a «Playboy».
Afinal, sabe-se como os meios públicos do País-Irmão prestam grande atenção ao que nos EUA se faz. Tendo havido por lá uma escandaleira com uma Monica, a Lewinsky, embora os contornos sejam diversos, é natural que se quisesse, nos Trópicos, eliminar o vestido, como todos lembramos incriminatória prova por via da mancha de recordação...
E que Diabo, a função de uma Mulher da Imprensa, não é, como a dos homens, pôr tudo a nu?

Vendo os resultados caio é numa certa melancolia. Sem desprimor para as Jovens, esperar-se-ia que Personagens tão altamente colocados elegessem as Belezas mais indiscutíveis. Detesto a actuação política de John F. Kennedy, cúmplice da Mafia, inimigo do Portugal Ultramarino, nepotista em grau extremo, iniciador de aventuras vietnamitas sem futuro. Mas que tinha olho para as muitas Beldades que conheceu, biblicamente falando, isso é inegável.
Agora, se me garantem que a legenda da capa da revista está correcta, pensando no que se relembra de hoje para amanhã, desde 1910, faço já o voto de que se importe esta celebridade e que ela faça com o regime português o que fez com a sua saga fotográfica: insatisfeita com o ensaio, aqui mostrado em grande, terá caprichado na segunda tomada...

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Alívio Virtual

Cheguei a casa com uma disposição muito pouco própria para responder a comentários amigos, pelo que ficará para amanhã. Só queria exultar com o facto de as vinganças, na Blogosfera Estimável, serem deste jaez e não como na imagem da Ira, segundo Julie Crozat...

Pontes Passadas

Ignoro se as letras miudinhas do contrato assinado pelo Estado estendem a travessias subterrâneas o regime de escravidão automobilizada que obriga a idemnizações por veículos desse tipo "perdidos" pela concessionária, em caso de nova construção, eventualidade na qual, digo eu, a Lusoponte deveria mudar o nome para Lusotúnel. Sei que esta proposta, ao menos por só prever ligação ferroviária, parece apta a contorná-lo. O que vem reforçar a sabedoria de visões do Passado: a de João Abel, apontando, em 1961, para a vertente subaquática, num período de euforia pela edificação da primeira passagem. E o projecto oitocentista original, de Miguel Pais, em que não se vislumbra um único carro, mota ou pesado, os meios subsumíveis às teias do acordo...

Questão de SOmenos?

Em devido tempo o Autor avisou que o «Só» era o mais triste que havia em Portugal. Ganha cada vez mais actualidade. De cada vez que se bate na tecla a tristeza aumenta a olhos vistos!

Dúvidas Existenciais

Verdade e consequência? Quem leia os comentários da T a este meu postal copreenderá, com a imagem que segue preenchendo aparentemente todos os requisitos e a agravante da companhia se chamar Boneca...
...que eu esteja aflito por poder ser tido por mentiroso, na ordem de sugestões ilustrada por este desenho,
até porque tenho sido vítima de alguns momentos de falta de caridade: como não demonstrei grande entusiasmo por uma viagenzita marítima exaltada pela Mesma Bloguista, pela Cristina Ribeiro e pela Júlia, vejam como Elas me fazem o funeral na imprensa gratuita de hoje!
Chuuuuuiiiiiiif!

PorTo Chauvinista!

Eu me confesso, relapso e impenitente, no 3 de Outubro que A comemora.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Aprender Com as Formigas


Dia do nascimento de Bonald, sempre essencial para pensar o que devia ser naturalmente intuído, a impossibilidade de união humana sem que seja ditada de cima, contrariando a atracção pelo esquartejamento autofágico de qualquer anarquizado resto social ou cultural. Dizia que os homens só deviam ser reunidos sob as armas ou na Igreja, por aí ouvirem e obedecerem, e não discutirem. Quer a infelicidade dos tempos que se considere isso hoje uma menorização, não fazendo, evidentemente, ideia do que se fala. Quem estude ou observe com atenção verá que a excelência na ética militar e o cumprimento ideal dos preceitos religiosos, são do mais difícil de alcançar, não podendo,por outro lado, prescindir do contributo mediano dos que cumprem mas não excedem. Mas é evidência a que os cultores da facilidade e da agitação não são sensíveis. Os melhores dentre eles chegaram a congeminar uma elite de detentores de conhecimentos seleccionados pela cumplicidade, esquecendo que para um cérebro poder ser proveitoso tem de assentar sobre um carácter exercitado. Dizia o nosso Aniversariante que a cultura faz os sábios, mas a educação constrói os Homens. E desmitificava essa ancestralidade dos intelectuais optimistas e progressistas que acreditam conseguir uma sua comunidade fechada e realmente impossível, pregando, se não ilógica, ao menos imoralmente, o gregarismo no seu grupo estrito para melhor fomentarem a cisão na colectividade que o engloba: Eu não creio mais na república das letras do que em qualquer outra república; o mundo literário está dividido, como o mundo político, em estados particulares que têm, cada um, os seus fundadores, os seus legisladores e a sua sucessão legítima de monarcas, bem como as suas revoluções e os seus usurpadores. Razão de todas as detracções assentes em grupos e escolas quando se não resumem às meras invejas e ciumeiras de egos dilatados pela importância de serem ou se imaginarem lidos.

A Maldição do Divã 1


Proponho-me hoje inaugurar uma rubrica, «A Maldição do Divã», que procure corresponder a pedidos de interpretação de postagens pouco claras para os próprios, por parte de Bloguistas Amigos.



Assim, pergunta-me a T o que acho desta bela fotografia, em que o Felino parece comungar das preocupações da Dona.




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É muito simples, Querida Amiga, a chave está nas faces viradas para lados opostos, talqualmente o Deus Janus dos antigos.
E não conteste que falta o requisito de os rostos serem iguais, dado que há um mais que notável precedente: Se é válido intergéneros, por que não interespécies? O meu diagnóstico é, por conseguinte, que sendo a divindade o Protector dos Começos, a Senhora e a respectiva mascote estão embrenhados no início dalguma nova etapa da vida.




Quanto ao espreitador da outra foto, sendo o fotógrafo o Big Brother, o observador dele só pode ser o Bigger Brother... In Law.
E para ver um cheirinho das minhas memórias de gatos romanos, não darei imagem da multidão do Coliseu, de aparência um tanto faminta, continuando a tradição dos primos mais desenvolvidos a que atiravam os Cristãos, publico é uma fotografia que tirei a um nutrido Guarda Suíço na antiga residência Papal, a Basílica de São João de Latrão. Pode chamar-me palermôncio à vontade.

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Ass. Doktorr Sigmund Fraude

A Pão e Água

Notoríssima a falta deste acessório para que a maravilha tecnológica que diziam ser a nova viatura bindada adquirida em vista da protecção dos nossos Militares pudesse fazer frente às novas ameaças, nomeadamente as alterações climáticas resultantes do aquecimento gobal.
Fiquei em estado de absoluta indecisão, meditando na licitude da expressão "adiantado estado de inacabamento" empregue pelo Responsável da empresa co-fabricante. Não obrigaria o atraso na completude do produto final a elimiar esse vanguardismo idiomático? Adiante. Faço um voto sincero: o de que os veículos afectados não sejam os destinados à Marinha... Outro - que a preterição da Pátria no concurso não possa ser imputada a alergias ao nome... Finalmente: que a opção da Tutela não se tenha ficado a dever à vantagem da poupança de uns cobres, em cujo caso, para além das instruções de utilização Manual da Pandur, teríamos de adquirir um breviário de governação com o título e conteúdo expressos aqui à direita.

Tirar a Pele

Os Conservadores em versão Cameron não encontraram coisa melhor para bradar contra Gordon Brown do que inventar-lhe um sósia lúdico caracterizado por avidez fiscal e proporem, por sua vez, baixas de impostos. Não parece que tenham grande sorte. É minha convicção estar o sentimeto anti-tributário a esmorecer em todo o lado, salvo nos meios empresariais mais extremistas. Nos Estados Unidos, porém, País que se fez contra um imposto, ainda pode colar. Já no Reino Unido, acredito que pesem mais na balança eleitoral os benefícios do que subsista do Estado-Providência, com o incremento de novas valências como a intensificação securitária, frente à percentagem de desembolso.
O Conservadorismo tem uma ala tradicionalmente taxadora. O Dr. Johnson, contra a proto-independência americana, escreveu mesmo um opúsculo dizendo que levantar impostos não era tirania. E isto antes de serem objecto deles realidades tão imprevisíveis como luvas, pó para as cabeleiras e... chapéus, sobre os quais recaíu, em finais do Século XVIII, uma espécie de imposto de circulação, análogo ao que se pratica com os automóveis. Que não visava expedientes publicitários como o exemplificado na imagem, caso em que seriam os anúncios a justificar a incidência.
Se fosse nos nossos dias, acreditaria estar por detrás da medida Esta Nossa Amiga, pela hostilidade que manifesta a barretinas e quejandas criaturas. E cobraria a Estoutra os conselhos que me tem dado, de adoptar este complemento de vestuário, o qual não tardaria em levar à ruína. Não esquecendo de chamar a atenção Desta Senhora para a luta contra a discriminação que os homens também tiveram de empreender, dado que as chapeletas femininas estavam isentas...
O postal, como não poderia deixar de ser, dedico-o a Quem percebe do assunto.

É Como o Milho!

Apesar de temer que o seu evidente desvio da ortodoxia vegetal cause a ira a muitos ostensivos eufemiados...
Jessica Van Der Steen é uma fonte de virtudes: adepta do Real Madrid, para agradar a Mestre Filomeno 2006, aparente garante da unidade da sua Bélgica, que bem precisada está, assim como, na Seara dos Afectos, uma maneira muito minha de saudar o regresso blogosférico do Grande Capitão-Mor.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

O Último Lançamento

Nenhum atleta antes dele tinha ganho medalhas de ouro olímpicas, na era moderna, em quatro Olimpíadas diferentes, no mesmo evento. Homem de cultura que também se construía, mergulhou na paixão pela arte abstracta
um pouco comparável ao não imediatamente apreensível simbolismo pan-helénico do disco lançado na Antiguidade, antepassado da sua especialidade, incluído no pentatlo e duplamente cantado nas obras homéricas. Al Oerter não voltará a lançar. Faço votos para que o canto do Paraíso que lhe caiba o junte à companhia agradável dos triunfadores da Grécia Clássica que inspiraram Míron como padrão de elegância.

Vida de Cão?

Ciente da Alma que Lhe dá vida, sinto urgência em propor este plano para A Casa do Tinoni.

Da Fé Na Bola à Boa Fé

Quando o Fátima eliminou o F.C.Porto da Taça da Liga tive de suportar a previsível enchente das gordas impressas com a pletora de rótulos desprovidos de imaginação martelando o "Milagre de Fátima". Que os adeptos portistas se não tenham insurgido é que surge estranho. Com efeito, da definição de milagre faz parte tanto o sobrenatural como a contribuição para o Bem. Tratar-se-á de auto-conhecimento?
Não gosto de invocar a seriedade sacra para as sortes boleiras; não obstante, ainda consigo ver alguma consistência nestas aproximações: tendo o dragão (sem que se pensasse no nosso Colega César Augusto) sido seleccionado na simbologia religiosa como um dos emblemas e metamorfoses diabólicos, seria difícil aos atletas de uma Terra tão marcada pela fortificação Mariana contra o Pecado, mesmo inconscientemente, não dar o litro para evitar que por lá passasse incólume essa vivificação do Maligno.
Toda esta conversa me fez conectar ao momento felicíssimo que vive o Vitória Minhoto no campeonato português, passando inclusivamente à frente do Glorioso. Será, como prudentemente sublinhou uma Ilustre Adepta do Clube vimaranense, em comentário um postal abaixo, sol de pouca dura. Mas não teriam os bravos futebolistas em mente atingir este pico classificativo no dia de hoje, em que se comemora a entronização de um Papa que era um Santo, Esse São Dâmaso, segundo André de Resende, proveniente de Guimarães?
O facto de ser anterior à fundação da Nacionalidade não obsta a que o consideremos compatriota. Se sempre tive má vontade, na minha infância, ainda bastante tenra, em aderir à elencação de Viriato como um dos Grandes Portugueses, na didáctica do Estado Novo, era por me repugnarem os hábitos de higiene e civilizacionais do bando por ele chefiado, face ao aprumo romano; e porque via o seu nacionalismo muito ditado por desavenças familiares com o sogro, figura grada da adesão à romanidade peninsular.
Ao contrário, com este luso percursor de João XXI, o que temos é a unificação doutrinal contra as heresias que desvirtuavam. E o respeito por eruditos como São Jerónimo, solicitando-lhes a colocação do saber ao serviço da Comunidade, com a tradução do Texto Sagrado para a língua franca e culta do tempo.
Razão mais do que suficiente para dedicar estas linhas à Cristina Ribeiro.

Depois das Quotas...

Na voragem desinformativa que continua a assolar o caso Maddie surge agora uma porta mais, que uma espécie insuspeitada, a de um anónimo leitor do site do Príncipe Carlos abriu: caber a responsabilidade do rapto a uma vingativa criada despedida.
Coisa que me trouxe à lembrança a regra de ouro dos mistérios policiais fraquinhos - "o culpado é sempre o mordomo". Que teve origem no anglo-saxónico the butler did it, nascido de um romance de Mary Roberts Rinehart (Rinehart Roberts), «The Door», onde a solução corresponde à frase, mas esta não aparece. Coisa que viria a mudar - e logo no título - de peça teatral dele extraída. Claro que nos tempos que atravessamos, como sugiro à cabeça, também o papel do pessoal doméstico criminoso obriga a preenchimentos paritários...

Iluminação Suave

Para começar bem o mês, no Dia Mundial da Música, o primeiro andamento da Sonata Luar de Beethoven, por Wilhelm Kempf, às Duas Senhoras do Nome que fazem o favor de lançar a Sua preciosa Luz sobre este blogue.