domingo, 7 de outubro de 2007

És Pó E Em Pó Te Tornarás

É certo e sabido que maquilhar-se pode colocar qualquer Senhora nas núvens, sei-o desde que vi a «Mary Poppins». Agora vê-se bem que a T não é adepta de bola, ou não Se atreveria a tocar em matéria tão melindrosa como o pó de arroz. É que todos os interessados por este desporto sabem que, numa politicamente incorrectíssima preocupação, o Fluminense, do Brasil, nos seus primórdios, empoava os seus jogadores negros, tentando fazê-los passar por brancos, levando a que ainda hoje os seus simpatizantes sejam conhecidos pelo nome do cosmético...
Só não me insurjo porque o meu sexo tem pulverizadas responsabilidades no cartório: o horrível hábito de cobrir de poeira apropriada as cabeleiras, para secar as gorduras, que faziam os cabeleireiros do Século XVIII assemelhar-se aos técnicos que espalham químicos pelas plantações...
Nada como a boa água, nas caras Delas e nos nossos crânios!

11 comentários:

Anónimo disse...

Bem, Caríssimo Amigo, esse Século XVIII - das «luminárias» bruxuleantes - tinha muito de suspeito. É que, como bem sabe, não eram só as cabeleiras e perucas a serem empoadas... Era ver os «dandies» da época a esborratarem a cara de pó de arroz, e depois a retocarem lábios e olhos com maquilhagem, não faltando o horrendo e negro «grain de beauté», que de belo nada tinha, mais se parecendo com o «black spot» com que os piratas assinalavam o traidor que iria morrer...

Horrendo e assustadoramente «gay», que de alegre não tinha (nem tem) nada...

Quanto à Mary Poppins, para além do pó-de-arroz, reveja a estupenda cena de «degradação» do Mr. Banks no Banco londrino, com todos os ingredientes e símbolos dos Illuminati da British Israel... Desde as cores (le rouge et le noir) até ao cravo vermelho na lapela, símbolo dos tratantes.

Um pouco mais atrás, é imperdível o discurso plutocrático dos banqueiros a tentarem convencer as crianças a «depositarem» os «tuppence» no Banco.

Com um grande abraço e pouco - ou nenhum - pó-de-arroz...

Anónimo disse...

O maior paradigma desse período é o "Barry Lyndon",com aquelas máscaras grotescas de pó de arroz e sinais postiços.
Beijos

O Réprobo disse...

Meu Caro Carlos Portugal,
por essas e outras perfumadas tendêncuas de substituir a higiene pela camuflagem é ue eu digo à proposta de civilidade da época
Nem pó!
Abraço

O Réprobo disse...

Querida Crisina,
eu gosto bastante do «Barry Lindon», com a música, o duelo, o jogo a comporem uma atmosfera de superficialidade no trágico da perda do filho e desagregações duma caricatura familuar. Tenho-o gravado e volto a ele amiúde.
Beijo

T disse...

Eu cá gosto do Kubrick todo:)
Boa água na cara? Ah essa inspirou-me definitivamente, risos
beijinhos

T disse...

E já tá!
Bjo

O Réprobo disse...

Ia a dizer "é c´ma mim", mas lembrei-me do «Full Metal Jack" de do «De Olhos Bem Abertos», que não apreciei por aí além.
Bj.
PS: já foi escalpelizado.

T disse...

Se virmos duas vezes gostamos mais. Está cheio de entrelinhas. Também me aconteceu o mesmo.
Ai tenho essa mesma excepção do da guerra...

O Réprobo disse...

Eu já vi duas vezes. Até o gravei. claro que há o babanço da sena da orgia, claro que a profissional infectada dá uma carga trágica à coisa, mas a relação do casal e a saída singular na economia dela parecem-me irrealistas e falhas de arte.
Bjinho

T disse...

Eu gosto daquilo que ficou por dizer mas que é visível nos olhares. É um filme de grandes contradições, mas gostei de o ver.
Bj

O Réprobo disse...

Mas, justamente, acho que pode ter ficado algo que dizer no casal, mas no que nos respeita não houve elipse alguma.
Bj.