sábado, 9 de junho de 2007

(Er)Ramos?

O Ramo de Ouro de Will Gordon
Não, ao contrário do que possa parecer, não é questão de lana caprina a de saber se a GNR deve ou não ser o quarto ramo das Forças Armadas. Não me oponho, por princípio, às alterações que o Governo quer e a Oposição vilipendia. Não me parece que de um comando ser exercido por um oficial general de quatro estrelas decorra forçosamente estar-se perante um novo Ramo. E a previsão legal que enquadre as operações no Estrangeiro parece avisada, pois um país pequeno poderá mostrar-se muito mais útil no envio de destacamentos preparados para policiamento e monitorização de manifestações, do que de tropa treinada para enfrentar inimigo similar. Quanto à menor ou maior dependência comparadas do Executivo ou do Presidente da República, nas roupagens de Comandante Supremo, parece-me distinção sem substância, na medida em que um e outro cargos sejam preenchidos por políticos eleitos, sempre uma diminuição, face aos titulares que não surjam de enfrentamento de campos opostos. E como parte importante das chefias da Guarda já é assegurada por oficiais do Exército na força destacados, o carácter militarizado assegura o equilíbrio entre semelhanças e diferenças que convenha.
Onde o debate, a meu ver, se deve centrar é no que julgo ser a indesejabilidade de criar uma divisória das Forças Armadas em que o opositor previsto possa situar-se dentro da comunidade nacional. E não creio que seja de seguir a experiência de Países que tomaram essa opção, como o Chile, com os Carabineros.
Aliás, sem objecções de peso equivalente, sou hostil a ramificações formais militares que não assentem na diversidade dos meios em que actuam, Terra, Ar e Mar. Por isso acho um erro ter-se dado esse estatuto aos Marines, que deveria ter-se limitado ao de uma tropa especial, especialíssima mesmo, da Marinha Norte-Americana. Por essa razão também desaprovei a passagem dos paraquedistas da Força Aérea para o Exército, em Portugal. Acredito que um "quarto ramo" só se justificará no caso dos Estados que acedam a uma presença militar no Espaço Exterior.
Mas o argumento de fazer a unidade coincidir tanto quanto possível com a Comunidade Nacional deve ser sempre o critério que nos impeça de transformar um ramo de ouro num ramo murcho.

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