segunda-feira, 11 de junho de 2007

Vagas Eleiçoeiras

Quando meio mundo canta o "tsunami azul" na primeira volta das Legislativas francesas de ontem não vejo a coerência de considerar o fraquíssimo nível de afluência como uma falência do sistema de votos, nem por aqueles que nos azucrinaram os ouvidos com a "saúde da Democracia" pretensamente comprovada pela participação-record das Presidenciais. O 'Efeito Sarkozy' continua, pois, mas só marginalmente, nas percentagens. Esta Esquerda e Direita pouco aptas à distinção, nos dois sentidos, variaram qualquer coisa como um mero ponto, considerando os resultados da Assembleia anterior. No eleitorado da FN é que o Presidente entrou como faca quente em manteiga derretida, o que quase extinguiu as triangulares e reforça a ideia de que a fuga para o centro propugnada por Marine Le Pen foi fatal, como a noção de que muita gente que votava no Pai dela não estava ideologicamente tão próxima como isso, apenas queria honestidade e decisão no enfrentamento dos perigos, coisas manifestamente impossíveis de encontrar em Chirac.
No resto, Madame Royal anda entretida em ser Presidente de alguma coisa, nem que seja do próprio partido, cargo a criar, para não afrontar demasiado o Primeiro-Secretário com quem partilha a vida, apesar de este poder vir a ser posto na alheta, caso aí uma metade do grupo parlamentar do PSF seja varrida da assembleia.
Ah! e o Sr. Bayrou? Pois, o MoDEM provou não ser o dispositivo adequado para ligar o Centrismo ao eleitorado.
Mas atenção, as votações mais expressivas são as que podem comportar maiores desilusões, apesar de o discurso unitário do momento me parecer merecedor de apreço. Não sei é por quanto tempo um regime de conflitos permitirá mantê-lo.

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