Compensação dos Gafanhotos
Em dia de S. João, tento honrá-Lo pela leitura desta investigação um pouco difícil de encontrar, que escalpeliza o extremo do culto que em Lisboa sobre Ele recaiu, sem pretensão de roubar ao Norte do País a vocação para alegremente O celebrar. Neste volume Sousa Viterbo descrê da lenda que dava a obra luxuosíssima e encantatória que é a parte autónoma da Igreja de São Roque, cujo recheio bem merece o nome de tesouro pelo qual é conhecido. Rezaria o legendário relato no sentido de que D. João V teria ficado chocado com a pobreza relativa que naquele edifício se dedicava a São João, resolvendo mandar refazer a capela para a tornar mais digna do Santo Seu Patrono. Não vejo que o alegado pelo Etudioso seja incompatível com a intenção Régia, uma vez que a Carta de encomenda da obra, de Itália, expressamente fala na consagração ao Espírito Santo e ao Precursor, parecendo-me claro que tendo Este, evidentissimamente, sido tocado pelo Paracleto, estender-lhe a dedicatória de uma refundida capelinha antes dirigida à Terceira Pessoa da Santíssima Trindade apareceria como meio mais que idóneo para a homenagem.
De resto, toda a sumptuosidade que rodeou a construção no estrangeiro, o recurso a artistas conceituados, a benção papal em Santo António dos Portugueses, o embarque e a odisseia suplementar que veio a ser armar a pequena maravilha, são exemplificativos de época que já tinha perdido a vocação primacial da Espada ao serviço da Fé, procurando compensar com o fausto essa lacuna na relação com o Divino. Mas ainda não se tinha descido ao que o Reinado seguinte traria: por este gesto amistoso para com a Companhia de Jesus, a quem pertencia o edifício, procurava-se aproveitar para o bem da Comunidade os talentos e serviços dos seguidores de Santo Inácio, não se inventava inimigos dentro do Todo Nacional, como viria a fazer o Pombalismo.
Dedico o post ao Jagoz.
2 comentários:
Tengo entendido que se ha estrenado una película italiana sobre San Antonio de Lisboa, en los últimos días, en Lusitania Felix.......San Antonio, El Guerrero de Dios......
Ainda não vi, Caro Çamorano. Mas um Guerreiro cuja espada era a língua, incorrupta que ficou, símbolo do Orador que foi.
abraço
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