terça-feira, 26 de junho de 2007

Prioridades ao Olhar

O Astrónomo de Vermeer

Ele há destes dias. Se me vejo nas mais das vezes no desdém do cálculo, costuma ser o que procura sempre proveito no agir e no dizer, não tanto o da redução das coisas a fórmulas. Mas hoje vejo-me em maré de saturação das abstracções; e as marés, como sabe muita Gente, embora o não soubesse Galileu, são competentemente influídas pelos Astros. Pelo que nesta hora da minha vida me sinto a resvalar pelas fruições directas e a pôr um pouco à margem as conceptualizações, sempre sinónimo de cansaço, mas, outrossim, da necessidade de aplicar o capital do eu em investimentos mais directos do que a submersão nas erudições que fazem perder de vista o Sublime dos Objectos estudados. Como os pontos brilhantes do Firmamento, que, desprovidos de contacto, se tornam soporíferos.


De Walt Whitman:

WHEN I HEARD THE LEARN´D ASTRONOMER

When I heard the learn’d astronomer;
When the proofs, the figures, were ranged in columns before me;
When I was shown the charts and the diagrams, to add, divide, and measure them;
When I, sitting, heard the astronomer, where he lectured with much applause in the lecture-room,
How soon, unaccountable, I became tired and sick;
Till rising and gliding out, I wander’d off by myself,
In the mystical moist night-air, and from time to time,
Look’d up in perfect silence at the stars.


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