domingo, 24 de junho de 2007

Compensação dos Gafanhotos

Templo e museu é conjunctamente a capella de S. João Baptista; não perderá a fé de christão quem entrar n´ella, romeiro da arte, com os olhos fitos no Bello.
Extraído do livro cuja capa é reproduzida.

Em dia de S. João, tento honrá-Lo pela leitura desta investigação um pouco difícil de encontrar, que escalpeliza o extremo do culto que em Lisboa sobre Ele recaiu, sem pretensão de roubar ao Norte do País a vocação para alegremente O celebrar. Neste volume Sousa Viterbo descrê da lenda que dava a obra luxuosíssima e encantatória que é a parte autónoma da Igreja de São Roque, cujo recheio bem merece o nome de tesouro pelo qual é conhecido. Rezaria o legendário relato no sentido de que D. João V teria ficado chocado com a pobreza relativa que naquele edifício se dedicava a São João, resolvendo mandar refazer a capela para a tornar mais digna do Santo Seu Patrono. Não vejo que o alegado pelo Etudioso seja incompatível com a intenção Régia, uma vez que a Carta de encomenda da obra, de Itália, expressamente fala na consagração ao Espírito Santo e ao Precursor, parecendo-me claro que tendo Este, evidentissimamente, sido tocado pelo Paracleto, estender-lhe a dedicatória de uma refundida capelinha antes dirigida à Terceira Pessoa da Santíssima Trindade apareceria como meio mais que idóneo para a homenagem.
De resto, toda a sumptuosidade que rodeou a construção no estrangeiro, o recurso a artistas conceituados, a benção papal em Santo António dos Portugueses, o embarque e a odisseia suplementar que veio a ser armar a pequena maravilha, são exemplificativos de época que já tinha perdido a vocação primacial da Espada ao serviço da Fé, procurando compensar com o fausto essa lacuna na relação com o Divino. Mas ainda não se tinha descido ao que o Reinado seguinte traria: por este gesto amistoso para com a Companhia de Jesus, a quem pertencia o edifício, procurava-se aproveitar para o bem da Comunidade os talentos e serviços dos seguidores de Santo Inácio, não se inventava inimigos dentro do Todo Nacional, como viria a fazer o Pombalismo.
Dedico o post ao Jagoz.

2 comentários:

Anónimo disse...

Tengo entendido que se ha estrenado una película italiana sobre San Antonio de Lisboa, en los últimos días, en Lusitania Felix.......San Antonio, El Guerrero de Dios......

O Réprobo disse...

Ainda não vi, Caro Çamorano. Mas um Guerreiro cuja espada era a língua, incorrupta que ficou, símbolo do Orador que foi.
abraço