A Culpa Morre Solteira
O Himeneu delícia Pré-Rafaelita de Edward Burne-Jones
O Tribunal Constitucional não vai ter outro remédio senão apreciar o caso de Paixão Pires que quer trazer aos restos que passam pelo pobre País essa candente melhoria das nossas desgraças que seria a possibilidade de celebração de casamentos homossexuais. As vozes do costume voltam à carga, desiludidas por o ocupante supremo do Poder não ter seguido o exemplo zapaterista e continuado a fazer com elas uma agenda comum. Tudo parte de uma concepção completamente errada do casamento, a que o vê como um direito e como um mecanismo de igualização, ou promoção moral. Não deve ser uma coisa ou outra, desde sempre foi pensado como uma forma de a Sociedade disciplinar as uniões, precisamente o contrário do sentimento presente na relações e ralações gay, que brandem há séculos o carácter libertador da subversão e indisciplina face ao padrão maioritário como sua justificação e redenção. Ora, não se pode querer tudo, rebelião e consideração institucional, de um só golpe, com os seus prestígios acumulados.
Eu cá posso bem sobreviver com uma legalização dessas. Desde que a Santa Madre Igreja não estenda, também Ela, essa modalidade ao casamento católico. Até me dava um certo gozo observar muito boa gente a quem a perspectiva repugna, mas que não é sensível ao decadente que é a imitação de milésima ordem de um matrimónio celebrado por um agente da República, ver a dita abençoar parzinhos destes. Fora de brincadeira, a carga de responsabilidade de uma ruptura poderia, historicamente, esperar sanção, mas noutro sentido. A menos que quem opte por essa via queira fazer um upgrade da conversa fiada "sou, mas sou assumido" para "sou, mas sou de papel passado". O que em nada melhora a situação.
Eu cá posso bem sobreviver com uma legalização dessas. Desde que a Santa Madre Igreja não estenda, também Ela, essa modalidade ao casamento católico. Até me dava um certo gozo observar muito boa gente a quem a perspectiva repugna, mas que não é sensível ao decadente que é a imitação de milésima ordem de um matrimónio celebrado por um agente da República, ver a dita abençoar parzinhos destes. Fora de brincadeira, a carga de responsabilidade de uma ruptura poderia, historicamente, esperar sanção, mas noutro sentido. A menos que quem opte por essa via queira fazer um upgrade da conversa fiada "sou, mas sou assumido" para "sou, mas sou de papel passado". O que em nada melhora a situação.
2 comentários:
"Ora, não se pode querer tudo, rebelião e consideração institucional, de um só golpe, com os seus prestígios acumulados"!
Se fosse apenas isto que eles querem...mas sabemos que apenas querem desmoralizar o casamento católico. Os eventuais candidatos são meros instrumentos dessa conspiração que vem de longe e tem sede conhecida.
Um abraço.
Meu Caro JSM,
espero que não chegue lá. Por enquanto eles só têm poder para lutar pela admissão civil do vínculo matrimonial. Estender essa pressão à Igreja, com sucesso, seria acreditar que "sacrílego" e "sacramento" são uma e a mesma coisa.
Abraço
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