quinta-feira, 21 de junho de 2007

Europa Posta Nos Eixos

Alegoria da Europa de Oudry

Ignoro até que ponto a substituição do Eixo Franco-Alemão no protagonismo integrador pelo Checo-Polaco no refreamento do sprint pulverizador das soberanias não será mero aparato para favorecer negociações de pontos concretos que apenas aos obstrutores interessem. Mas parece de saudar a ida para o banco - até para o que decide economicamente, o Central Europeu, que o monetarismo parece ser o respectivo nível de incompetência - de uma parelha complexada pelas duas Guerras Mundiais e pela Fria que se seguiu. Os governantes dessas duas ex-potências continentais ainda vivem assombrados pelo medo de uma guerra entre os seus dois países, esquecendo que o poder militar necessário para tanto já não existe, bem como pelo perigo da invasão de Leste, que subsiste tanto como o pavor previamente referenciado.
Os dois novos membros que ocupam as páginas dos jornais, de forma inversa, sofreram muito mais com os conflitos do Século XX, ficando, entretanto, muito menos traumatizados. Polacos e Checos viram a sua criação como Estados condicionada por fronteiras artificiosas e uniões contra-natura impostas pelos vencedores de 1914-1918 e os seus territórios repartidos e absorvidos, em 1939-1945. Além de terem sofrido na pele, que não apenas em conversas de café de Paris ou Bona, a brutalidade Soviética. O primeiro em demografia fez-se graças a um dos mais militantes catolicismos que resistem, o outro pela acção de uma das mais influentes maçonarias que se insinuaram. Pois essas duas géneses não os demovem de se darem as mãos para impedir os que se auto-intitulam grandes de configurar as instituições que em nós agirão a seu bel-prazer. Parece especioso o recurso a raízes quadradas para determinar atribuição de votos? Será. Mas foi o que se conseguiu encontrar contra a prosápia de poderes medianos cuja mania da grandeza não encontra outro escoadouro que não o esmagamento dos mais pequenos.

2 comentários:

JSM disse...

Prefiro o cheque polaco ao presidente e à 'presidenta' do eixo do pavor, e não só, e só espero que seja mate.
Um abraço.

O Réprobo disse...

Somos dois, Caríssimo. O pior é se, como tudo indica e comecei por admitir, a Águia (belo animal, não é?) não se aguenta, ao ver pôr-lhe no bico um manjar barateco...
Abraço