segunda-feira, 4 de junho de 2007

Lobo Entre Nus

Primeiro a Moral: o fotógrafo americano Spencer Tunick prosseguiu a sua captação de multidões desnudadas, dizendo, ao fixar 2.000 pessoas de Amesterdão nessa conformidade, que as ajudava assim a livrar-se das respectivas inibições. Há que protestar. Na maior parte dos casos a infelicidade das medidas leva-nos a rezar para que o grosso populacional se iniba cada vez mais. Já fujo da praia, entre outras boas razões por não aguentar corpos disformes despudoradamente exibidos. Parece uma versão revista da conversa dos naturistas alemães doa anos 20, que caprichavam em passear em pelota por todo o lado que encontravam para confraternizar, em nome da honestidade, de nada terem a esconder. O que, decididamente, muitos deles não ocultavam era o irrealismo com que se viam e a desconsideração pelos sentimentos alheios, ou não exibiriam as adiposidades e imperfeições de tal maneira.
Mas há a vertente que aborde a Essência do modelo. A reprodução de um corpo sem trapos é, ou deve tender a uma verdadeira expressão de reconhecimento do que haja de único no Ser que ele também constitui, como um acto de amor do Artista que se comunique ao fruidor pela emoção que lhe cause. Desafio alguém a encontrar tais atributos em tomadas como a que encima, mero rebanho sem o que mais cativante há nos agrupamentos de ovinos, ainda que tosquiados - a inocência.
Sou contra!

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