terça-feira, 27 de maio de 2008

A Sopa do Pobre

Sopa de Sue VeselyPois, ao contrário da camada esperançosa do País, eu sou igual a mim próprio todo o ano. Sopinhas, nada, seja Verão ou Inverno. Nem é tanto o horror a levar sopa nas pretensões que formule; ainda em idade de não as ter já empurrava com a língua a colher com que Mãe ou Empregadas ma tentavam impingir. Até que se contratou uma Minhota do Gerês, grande contadeira de histórias a qual, assim, me levava à certa.
Adulto, irrita-me aquela finura dos cremes e das canjinhas, talvez por me desgostar algo com nome de aplicação superficial, ou com fonética igual à das facilidades, na gíria. Só abro excepções para caldos fortes, tipo feijão com arroz, grão, ou essa de Pedra, que, em Almeirim, permite ao talher ficar de pé, nele enterrado.
Mas claro que este tentame de me grudar como lapa a um relatório que só à Juventude respeita é tentativa mais do que descarada de se dar uma nova um pobre sujeito que não pede senão... sopas e descanso.

18 comentários:

nocas verde disse...

Oh! Que memórias tristes... (risos sopeiros) eu, verde de raiva porque, por definição, não gosto de sopa por um lado, teimosa por outro e sobrinha única de muitos tios solteiros por outro (ai! dá três lados!... adiante)comi muita sopinha ao som de... (e pronto. agora é só a descer...) Marco Paulo!!! Ah, pois é! A Tia cantava (e muito bem) músicas de MP para me encantar enquanto enfiava colher depois de colher!!!

O Réprobo disse...

Ai, Querida Nocas! Suspeito de que tenha sido da vertente DJ da Titi que Lhe haja ficado a repulsa pelo caldinho...
Mas a memória trilateral (eles estão por detrás de tudo) é fantástica e já valeu o postal! O que eu me ri, Senhora!
Beijinho

CPrice disse...

. e eu ainda me lembro da frase proferida pela avó paterna sempre que o assunto descambava para lá dos padrões que se auto-impunha "o seu namorado menina, é o prato da sopa!" ..

Mas, recordações à parte, é um facto que sou fã de sopa, da canja enjoativa ao caldo verde :)

Cristina Ribeiro disse...

E eu que comi mesmo agora uma bela duma sopa de nabos com feijão!...
Mas de canja nada :)
Beijo

Tiago Laranjeiro disse...

Teve de vir uma Minhota - e contadeira de histórias, vejam-se os belos dotes desta bela raça! - para levar o nosso Réprobo de cantiga...

:D

fugidia disse...

:-) :-) :-)
Mais uma fã... depois de adulta :-)
Adoro sopa: todo o tipo, desde a canjinha (tão bom, quando estou doentinha) até ao calde verde, legumes, feijão, grão...
nham, nham, nham...

(como o irmão da Mafaldinha, o Gui: sopinha, sopinha, sopinha! :-p)

Bom dia, caro Réprobo :-)

Luísa A. disse...

Meu caro Réprobo, como diz o Jansenista, o que seria de nós sem estas estatísticas? Também não sou grande apreciadora de sopas. Fazem pratos principais muito diluídos e inconsistentes. Mas tem havido, cá por casa, algumas cedências à pressão dos nutricionistas e da sua roda alimentar e já encontro sopas, com alarmante frequência, na minha dieta semanal. Se são grossas, cremosas e sem grumos, passam. :-)

O Réprobo disse...

Querida Once,
grande frase a da Avó! Não sei porquê lembrou-me os tempos de cadete, em que os instrutores tentavam concentrar a nossa atenção e o nosso cuidado, dizendo que a nossa namorada era a G-3!
Ná, esses líquidos alimentares...
Beijinho

O Réprobo disse...

Querida Cristina,
o feijão é... a tábua de salvação. A concistência é logo outra. E acho que nunca comi sopa de nabo, talvez por não querer imaginar aquele que sou visto como sendo sopa...
Mas gosto bem dele no cozido, logo...
Beijo

O Réprobo disse...

Meu Caro Tiago Laranjeiro,
é bem verdade, um talento notável, não sei se representativo da Tradição da Terra, mas desconfio que sim. Algo frustrada, a Minha Mãe ainda hoje conta que, para ter mais das historinhas, eu ainda pedia mais...sopa!
Abraço

O Réprobo disse...

Querida Fugi, não consigo olhar para canjas, que vejo sempre como comida de doente, logo um insulto às minhas fases de saúde. O caldo verde comi bastante quando militar, sempre era menos mau que o prato principal, muitas vezes. Mas parecia que tinham dissolvido na água um pedaço do uniforme!
Feijão e grão está bem, já aconchega.
Beijinho e igual voto, apesar de tardio

O Réprobo disse...

Querida Luísa,
abençoadas estatísticas, que nos fazem trocar impressões!
Mas muito cuidado, é assim que a sopomania se insinua! Qualquer dia está com a casa assaltada pelas instantâneas!
Vejo que me compreende, é o facto de serem comida sem espessura o que mais veementemente lhes censuro!
Beijinho

ana v. disse...

Eu gosto imenso de sopa, e ainda agora acabei de comer uma. Um creme desses de que não gosta, amigo Réprobo. De courgettes! (já estou a ver a sua expressão de repulsa...)
Beijinho

Anónimo disse...

Ao contrário de si, caro réprobo, gosto de sopa, mas apenas dos «cremes» (nada de sopas com feijão, com grão, pedaços de legumes, etc.). E como canja, que às vezes sabe muito bem (embora, ultimamente, a pessoa a quem a responsabilidade da cozinha está entregue cá em casa, ande a exagerar um pouco na frequência da canja), e um bom caldo verde.
Mas devo confessar, que de tanto insistirem que a sopa faz maravilhas e que é fundamental para o desenvolvimento, ando há anos a infligi-as diariamente, duas vezes, aos infantes cá de casa e até eu já tenho pena deles. Só há folga ao domingo à noite.

Anónimo disse...

Afinidades, o local certo, Caro Réprobo, para ficar a saber que a sua Arma foi também a Marinha e que em tempos de Cadetes tivémos a mesma namorada. E para ficar a pensar se não seria um acto benemérito mandar entregar uma canja a um pobre sujeito. Vai ver que lhe fazia bem. Sendo sopas o tema, já me deliciava com uma de tomate, espessa, com um ovo escalfado e picante (gindungo, como se dizia na minha terra e como não sou capaz de deixar de dizer ainda).

O Réprobo disse...

Aaaargh, Querida Ana, é exactamente o conceito que tenho de "sopinha de Senhoras". Fica-Lhe muito bem, claro está, mas para um brutamontes como eu, é uma aguinha suja que não daria para a cova de um dente.
Beijinho

O Réprobo disse...

Querida HI,
ai, pobres crianças! Olhe que isso pode ter efeitos perversos: em chegando à adolescência, para escaparem ao imperialismo sopístico, podem descambar em MacDonads e outras desgraças!
Quanto à hiperfrequência dos caldos de galinha, que, como as cautelas, não farão mal, mas que também podem saturar, é pôr a Responsável a ler o blogue do réprobo, com o comentário a que respondo - ganha-se uma Leitora estimável e é forma subtil de passar a mensagem.
Beijinho

O Réprobo disse...

Ah, Caro Mike,
uma soma com tomates, desse género, já me convence! Também apimento da mesma forma linguística, pois, como já disse, também passei por esses alegres Trópicos. E não admira que tenhamos tido a mesma namorada, apesar de - ter-me-ei expressado mal -, eu ter servido noutro ramo, no Exército, com instruções em Infantaria. Só que ela era muito rodada, não olhava a elementos em que nos movêssemos, ehehehehe. Dizem que finalmente vai ser reformada, a famosa G-3, das armas ocidentais que menos encravavam, mesmo coberta de lama...
Abraço