quarta-feira, 25 de junho de 2008

Sibila a Três Tempos

A 25 de Junho de 1843 morreu Mademoiselle Lenormand, celebérrima deitadora de cartas que errou nessa previsão, pois vira-se para lá de centenária e deu a a alma ao Criador com pouco mais de setenta anos. Foi apenas um dos seus notórios falhanços, pois já dissera a Josefina que acompanharia no trono os esplendores de Napoleão, até ao fim. Este, aliás, hesitava entre afastar a Mulher daquela influência e a consulta dela, tendo dito em Santa Helena que ela descrevera tal exílio e os carcereiros com minúcia.
Simpatizande do Rei, foi solicitada profissionalmente por Robespierre, Marat e Saint-Just, o que não a impediu de ser presa durante o auge revolucionário, em 1794, por se haver atrevido a predizer uma contra-revolução. Talvez tenha sido a lição que a levou a só dizer coisas agradáveis à pobre Imperatriz em vias de ser repudiada, que o profeta da desgraça é também um mensageiro de más novas que urge punir, mesmo que não já matar.
A vertente desta patrona de um específico tarot que me seduz mais é a de agente informadora da Polícia de Fouché. Sabe-se que ele a inquiria sobre o Presente dos frequentadores, não sobre o porvir deles. Ora, que preciosas informações poderia ela dar nesses domínios, que não eram a sua especialidade? Não são só os treinadores de futebol que colocam jogadores fora do seu lugar natural, está visto. Mas, hoje por hoje, é o seu conhecimento do Passado que a faz mais lida, uma vez que publicou Memórias interessantíssimas do mundo famoso que conheceu. Os oráculos deixaram de ser monopólio de um tempo só.

2 comentários:

Cristina Ribeiro disse...

Veja lá o Paulo que até me deu ganas de saber o que me adivinha a sibila portuguesa, vulgo Maya, e encontrei: a carta que me saiu na rifa não é mázinha, não senhor- pena que as sortes sejam diferentes para os milhões de pessoas a quem ela foi distribuída :)
Beijo

O Réprobo disse...

Ehehehehe, Querida Cristina, mas se foi atractiva, tenho a certeza de que a Minha Amiga estará entre as mais representativas do Grupo, adequando-se pois, como luva o augúrio.
Beijo