Louvor Duma Negritude
Nada como um Domingo para postar Bach, o que, no caso vale como complemento da borradela anterior: A «Cantata do Café», que julgo saber, terá inspirado, com título homónimo, uma composição do contemporâneo francês Philippot, com a letra que segue, de Guilherme de Figueiredo, que atesta a vocação do café para instrumento de galanteria:
Ao português Sargento Palheta
Disse a Comandante D´Orvilliers,
Na Guiana, durante uma retreta:
- Prennez, Monsieur, un´ tass´ d´ café.
C`est du Moka, vous le voyez?
E o Sargento, com voz discreta:
- Il a la couleur d´ vos yeux.
Pas besoin d´ sucre, c´est mieux.
E a Senhora Comandante
Gentil como toda francesa
Deu-lhe em lembrança do instante
Uns grãos que estavam sobre a mesa.
E deu-lhe mais: por sobre a taça
Deu-lhe o mais negro e intenso olhar.
E no jardim deu-lhe sua graça
E o português se fez ao mar.
O português se fez à vela
Trazendo à costa do Brasil
Os olhos de sua bela,
A bela de olhar gentil.
E espalhou os olhos dela
No chão do novo país
Daí por diante as saudades dela
É nossa História quem diz.
Algum dos meus Melómanos Amigos me ajuda a desencantar a melodia philippotiana? Do YouTube não consta...
2 comentários:
Bach tem,para mim, um lugar cimeiro no Olimpo dos Compositores.
Mas confesso que esta "Cantata do Café"não a tenho entre os supra-sumo das peças do género.
A letra que terá servido o francês traz-me à memória aqueloutra,que penso de origem açoreana,e canta os olhos negros da Guiné.
Teus olhos negros, tão negros,
São gentios da Guinééééé:
Da Guiné, por serem negros,
Gentios por não terem Fééééé.
É esta? Ignorava a origem insular dela.
Beijo
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