sexta-feira, 30 de março de 2007

O Melhor Bocado

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Alguém que o é, realmente, defendeu na blogosfera ser contrário ao Cristianismo originário e à tradição mais fiel a ele a escolha de um Governante, direi antes do Governante por definição, para maior português de sempre. Venho aqui lavrar contestação: o preceito evangélico "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus" obriga a reconhecer a grandeza aos detentores do poder, desde que ela neles habite, evidentemente. Não o fazer é que seria infringir o Divino Comando, porquanto, mesmo comparativa, pode ser atributo de quem administra este Mundo. E como fica Deus nisto tudo e Os que a Ele aspiram com mais intensidade? Simples, esse caminho é o da humildade que renuncia a ser grande para mais próximo se situar do Senhor. Essa é a perfeição possível, mais estimável ainda do que a dimensão perceptível mais generalizadamente, que não exclui, antes deseja, como colaboradora na homenagem humana ao Criador. Não há infantilidade nem menoridade em honrar quem exerceu o poder terreno na direcção do Bem Comum, negá-lo é que seria despeito e revolta irreconciliáveis com a Esfera Divina, pois duas são as Vias que levam ao Pai: a dos Santos e a dos Justos, entendendo-se por estes não apenas os de recta acção, como também os que aplicaram a Divina Virtude (Cardeal) da Justiça no exercício da autoridade pública. Nesse sentido, blasfémia maior será insurgir-se contra o "paternalismo", em nome da irreverência que costuma ser apanágio da adolescência, fruto do orgulho insensato e egotista de quem pouco se conhece. Não, no caso, o Indivíduo, mas a atitude que não se sente confortável em louvar o que está mais alto, por temer ingenuamente ofuscar o Altíssimo. Ou que se deixa contaminar pela constatação da microscópica composição dos políticos em redor e nega a existência de Estadistas, em função dela...

4 comentários:

Anónimo disse...

O jansenista (FA) é Judeu.

cristina ribeiro disse...

Caro Réprobo,
Gostei muito de ler este seu belo post.
Como bem diz,a condição primeira,e necessária,para se reconhecer a estatura de um Governante,é a de que nele "habite a grandeza",exercendo a "autoridade pública"norteado pelo sentido de Justiça.

(P.S.Boa escolha,no post anterior,a da pintura de Glenda Green,que não conhecia.)

O Réprobo disse...

Se eu fosse anti-semita, diria, face ao primeiro comentário, que me parece ser, antes, a vítima de uma judiaria. Como não sou, nem isso digo.

O Réprobo disse...

Generosa Cristina,
já Mestre Jünger dizia que quando admiramos outros somos um bocadinho melhores. E o reconhecimento de uma grandeza que não seja fictícia é dar a César o que é de César, apesar de não ser a condição dele a mais desejável.
Achei o anjo de Green apropriado para enviar ao Miguel um voto de coragem, a qual, aliás, já amplamente evidencia. Plasticamente vejo na imagem alguma força, também.
Beijinho