quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Miséria Dourada

A Peste de Ashdod de Poussin

A descoberta de que os homossexuais masculinos se encontram mais vulneráveis do que o resto à ameaça mortal de um certo estafilococo dourado pode arrastar dois tipos de comportamento contra os quais nos devemos, desde já, prevenir: o de a considerar como castigo de Deus infligido aos humanos com essas características, por um lado: a punição divina não é deste Mundo, quantas vezes será preciso reafirmá-lo? E, pelo outro, a vitimização que leve a pressões no sentido de tratamentos preferenciais, como se verificou à altura da descoberta da SIDA e da inclusão do mesmo estrato populacional entre os grupos de risco, sob a capa da luta contra a discriminação. Tendo-se concluído que o contágio da nova praga pode ocorrer por toques de pele da vida social, fora dos específicos contactos do sexo e do sangue, concebe-se que o cenário fantasiado de marginalização que foi usado como estandarte, vinte e tal anos atrás, venha a tornar-se real, não por hostilidade, mas por prudência. Espera-se que duma parte não se ceda ao pânico. E que da outra não se venha a crismar a prevenção sanitária como mais um avatar da homofobia, que, também ela, é uma doença do século, mas mental, dos que a estigmatizam.

10 comentários:

Anónimo disse...

Se se transmite assim não percebo que o presidente da opus gay insista no uso do preservativo como remédio para o problema.

Capitão-Mor disse...

Que horror! Já existe mesmo a confirmação científica disso?

O Réprobo disse...

Não estou a par das declarações, Caro Rudolfo, mas, sem mais conhecimento, sempre poderei alvitrar (esta ainda não está vetada pelo Pedro Correia ou o TSantos) que a borrachinha em capuz de dedo ou língua protegeria muitíssimo do suor e saliva que pudessem propagar o mal.
Ab.

O Réprobo disse...

A notícia é fresquimha, Meu Caro Capitão-Mor. Não sei, a fonte parece credível...
Abraço

Anónimo disse...

O famoso "Staphylococcus aureus", a "bactéria assassina"...que não tem nada a haver com a SIDA (pelo menos, de forma directa).

Por ser um agente patológico "residente" nos hospitais, tornou-se resistente à maoria dos antibióticos existentes, excepto aos (poucos) da última geração.

É por isso que estes são tão relutantemente utilizados: constituem a última linha de defesa, quando tudo o resto falha (e mesmo assim, nem sempre...)

O Réprobo disse...

Meu Caro TSantos,
clato que não comparei as estirpes virais, mas apenas a hipotética reacção à descoberta com a atitude dos activistas quando o conhecimento da SIDA se popularizou.

Quanto a essa faceta de maratonista de tão estranha forma de vida, o ideal seria tirar-lhe o estatuto de residência que tem. Deportá-la, enfim. Não se trabalha nisso?
Abraço
Abraço

Anónimo disse...

"clato que não comparei as estirpes virais, mas apenas a hipotética reacção à descoberta com a atitude dos activistas quando o conhecimento da SIDA se popularizou."

Claro, até porque uma é um vírus e a outra uma bactéria...;-).

"Quanto a essa faceta de maratonista de tão estranha forma de vida, o ideal seria tirar-lhe o estatuto de residência que tem. Deportá-la, enfim. Não se trabalha nisso?"

Acredita que bem se tenta atalhar isto, mas o problema é que as bactérias têm taxas de mutação elevadíssimas, que ultrapassam o ritmo de síntese/produção de novos medicamentos mais eficazes. É uma verdadeira "corrida aos armamentos", e elas estão a ganhar...

Por isso, nunca é demais enfatizar a necessidade de se evitar a banalização do uso dos antibióticos...Se alguma estirpe se tornar resistente a TODOS os actualmente existentes, as consequências poderão ser dramáticas...

Abraço

O Réprobo disse...

Aaaargh, é, sem intervenção do homem, a contínua transformação característica dos vírus informáticos. Ao menos o Zellig transformava-se sem se opor àqueles com quem convivia.
Ab.

Anónimo disse...

"...é, sem intervenção do homem, a contínua transformação característica dos vírus informáticos."

Sim, mas os vírus "reais" é que inventaram a coisa...;-)

O Réprobo disse...

Já se sabe, a arte imita a vida.
Ab.