quinta-feira, 29 de novembro de 2007

E a Culpada Foi a Cobra

Adão e Eva segundo CranachNum intervalo das suas mediocridades imortais teve Vítor Hugo ensejo para uma frase de Génio: A Mulher detesta a cobra por ciúme profissional. É verdade, mas há que precisar. Decerto que a hostilidade à sinuosa e ora rastejante recordação do Paraíso perdido é comum no Sexo dito Fraco, ao ponto de usar o nome do bicho para estigmatizar outras congéneres, detestadas. Claro que sob a forma de sapatos, cintos ou carteira o caso se apresenta diferente e a vulnerabilidade ao apelo ressurge. É esta a relação da Mulher com a montra, salvo as de Amesterdão, que enforma a diferença principal face ao homem: precisa de ceder a algo que a seduza, de modo a usar a sua integralidade assim acrescida para influenciar notoriamente a respectiva companhia masculina. O contrário da mente do macho, que procura envergonhadamente encobrir o que, vindo Dela, perturbando-o, o atraiu irresistivelmente, bem como prescindir de A modificar, coisa que dá origem à interpretação errada de desinteresse e é motivo de muita ruptura.
Isto são traços que nenhuma mudança de estrutura social poderá apagar.


2 comentários:

Anónimo disse...

O manequim da montra está em desobediência à pena de rastejar.

O Réprobo disse...

Pois se até instalaram lá uma árvore... Golpe de génio, fazer passar a árvore do consumo pela da Vida, ou pela do Conhecimento!
Abraço