domingo, 8 de abril de 2007

Tigres de Papel

A Actualidade é um corpo de aluguer que, cada vez mais, requer a paga do silêncio. Fiquei abismado em perplexidade sobre o que terá passado pelos miolos de tantos opinadores, para que se pronunciassem apoplecticamente sobre os cartazes da Rotunda e remoções correspondentes. Até que achei a resposta: cedências atentas e atenciosas ao gosto vigente, que recomenda a cada qual que faça pela vidinha para ser cabeça de cartaz.


Quanto ao mais recente desenvolvimento do diploma socrático, a abandalhar a dignidade do homónimo ateniense que nunca do papel certificante precisou, só posso deixar o lembrete, Naquele que o é por excelência, que não façais como a gente aqui denunciada e que, obedecendo a um dever de séculos, guardeis o Domingo.



3 comentários:

cristina ribeiro disse...

Chegada agora mesmo da cidade da Colina Sagrada,e depois de dois dias longe da Internet,não consigo deixar de dizer o que penso sobre o cartaz do PNR.
Entendo que temos de clamar por uma política de Imigração racional,com peso e medida,tendente a separar o trigo do joio,mas nunca nos termos populistas passados naquela mensagem,que parece ver toda a imigração como um mal:não acho que seja assim-vejo,ao meu redor,e tenho tido notícia de muitos outros,tantos imigrantes que têm mostrado ser uma mais valia para o nosso País,e não me refiro apenas ao papel que têm desempenhado enquanto profissionais,mas também,e em grande medida,à vertente cívica,na qual têm dado grandes lições a muitos dos nossos.
Não entendo como é que um Povo com tão grande tradição de emigração pode tratar assim,indiscriminadamente,aqueles que procuram cá uma vida melhor,e que,ordeiramente(tendo porém em atenção que são demasiados os casos em que as coisas não se passam assim,e aí sim,dever-se-á agir)contribuem para o nosso crescimento.
E mais me choca ainda,quando tal mensagem vem da parte de quem se diz Cristão.Além de que, à parte algumas excepções localizadas,das quais já nos arrependemos,temos uma tradição de hospitaleiros.

cristina ribeiro disse...

P.S. Outra coisa,muito diferente,é a liberdade de expressão,e o direito de difundir a sua mensagem,concorde-se com ela ou não(e que,aliás,a PGR reconheceu,como tinha de reconhecer)

O Réprobo disse...

Peregrina Cristina,
não concordo com a mensagem do primeiro cartaz e acho que os autores do segundo não deveriam ter deixado o seu elmento natural, que é a TV. Mas acho todo este comentarismo de outdoors igualmente deslocado.
Beijo