segunda-feira, 18 de junho de 2007

Branqueamento Histórico

Garanto que não queria, em defeso, meter-me com os meus Amigos Sportinguistas, porém há que denunciar como se subverte o realismo da concepção de um Artista e a realidade evidente: acima, o modelo de cera dourada do projecto original de Machado de Castro para a estátua equestre de D. José, com o leão esmagado sob as patas do cavalo. Em baixo o resultado final em que o pretenso Rei da Selva se encontra substituído pelas cobras. Embora o carácter nocivo seja tão bem representado por um como pelas outras, ao facto de o mamífero ter transitado, com uma imponência importada, para a Rotunda, em comparativamente fraca companhia, não deverá ser estranha a condição verde de ambas as estátuas...

4 comentários:

Anónimo disse...

Não provoque,ou ainda ponho aqui aqueloutro monumento,também numa rotunda,mas no Porto,com boas vistas
:)
Beijo

Anónimo disse...

Caríssimo Réprobo:

Creio que a alteração do Leão para as cobras se deve à tentativa de encobrimento do que o marquês e o D. José estavam realmente a fazer a mando dos estrangeirados e dos globalistas da época: a destruição da antiga Nobreza e das tradições nacionais (sempre com a desculpa - tanto na época como agora, da «modernidade»).

Realmente, sendo o Leão o símbolo tradicional da verdadeira Nobreza, espezinhá-lo sob as patas do cavalo significaria que o dito D. José seria no máximo um bastardo, e nunca um nobre, quanto mais rei. Só lhe faltaria o barrete frígio, em vez do capacete ridículo.

Assim, o Leão vai para a Rotunda, «domesticado» pelo novo marquês (que, ao que parece, pouco tinha de sangue azul), ou seja, pela Maçonaria internacional.

Perdoe-me as observações viperinas, meu Caro, mas, para além de ainda ter sangue Távora nas veias, toda a cabala orquestrada após o «inside job» que foi o alegado «atentado» da Ajuda (aparentemente o rei nem sequer ia na carruagem), revolta-me profundamente. Como ser humano e como português.

Ao que parece, a destruição da Pátria vem de longe. E não posso deixar de admirar a sua resistência, equiparada à de um Herói mítico, para conseguir aguentar tantos e tão violentos golpes.

Um abraço.

O Réprobo disse...

Querida Cristina,
eu falava de Arte, ehehehehehe!
Beijo

O Réprobo disse...

Meu Caro Carlos Portugal,
mil por cento de acordo quanto à malignidade do reinado josefino-pombalino. Na minha família era ao contrário, houve uns tantos que se destacaram como cúmplices do Pombal, mas que fazer? Não se pode aprovar tudo o que os Avós fizeram.
Agora, a reabilitação leonina é que não me convence. Por domesticado que esteja, ali ao lado de tão lamentável domador, para quem não conheça a História faz melhor figura do que sonolento, sob a patas do cavalo. Claro que se visava retratar uma inclinação perate o Poder, mas julgo-a assim menos visível para o vulgo. A razão verdadeira da substituição creio ter sido a necessidade de dar um animal mais repugnante como adversário regalisticamente esmagado.
Abraço