quinta-feira, 28 de junho de 2007

Da Prática à Teoria

As Três Graças
Dia do mês em que nasceu Rubens. Um homem sem tempo, que pouco escreveu sobre pintura, apesar de algumas regras que deixou na «Teoria da Figura Humana». Aqui tentou combinar, como fim, a sugestão do entusiasmo, composto por um misto de "ênfase" e "vertigem", o que, digo eu, é uma precoce visão da interacção ideal entre artista e fruidor pelo elo da arte ligados. No mais, ensaio de dar figuras e polígonos geométricos como bases das partes do corpo, em breve saltando para distinção das próprias morfologias masculina e feminina. Alguns pontos de desacordo e estranheza: diz que na mulher a perfeição é menor, mas a elegância maior. Não é preciso cair no snobismo para sentir vómitos perante a admissão de que o perfeito possa prescindir do específico carácter elegante que impede a saturação. Outra - cita Platão quando diz que o círculo é a figura mais bela, assimilando-lhe a feminilidade, o que parece ilegítimo, quando se sabe que para o Ateniense as Filhas de Eva eram seres inferiores em todos os aspectos, estético incluído, ao ponto de fazer nessa Condição reencarnar os que se tivessem portado pior, contra os medianos, que voltariam a ser homens e os melhores, os quais se tornariam estrelas. Mas revela algum instinto de psicólogo, ao intuir do menor poderio físico que... as Fémeas Humanas estariam mais sujeitas à predestinação do que o outro género. Nunca pensei que fosse essa a causa, mas é uma explicação tão válida como muitas outras para o êxito relativamente maior de que a Astrologia desfruta junto do Belo Sexo. Por fim, o ensinamento lapidar, de que o corpo Delas não deve ser demasiado magro, nem demasiado gordo, mas de uma opulência moderada, seguindo o modelo das estátuas antigas. Não se contesta a via média proposta, prevenidos que estamos, todavia, para as diferenças de gradações, segundo os gostos de cada qual. Agora, examinando as concretizações deste enorme pintor e confrontando-as com as realizações plásticas da Antiguidade, está encontrada uma nova identidade para tão grande génio: a do Frei Tomás que bem prega.

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