quarta-feira, 27 de junho de 2007

Colunas Reais

Soltou a T um lamento agudo quanto à má sorte das colunas do Cais que nomeavam, enquanto se arrastam as obras metropolitanas que as aprisionam em obscuro depósito. Quero pois dedicar a Tão Ilustre Aficionada de Lisboa, como a Dois Outros, Este e Aquele, que igualmente carpiram a prateleira em que jazem os emblemáticos pilares, a imagem de santuário que o local exibia em 1862, aquando da chegada a Portugal Da que viria a ser a Rainha D. Maria Pia.
Duas notas:
1- Foi num 5 de Outubro, o que valerá como raro agrado para adeptos do posterior que me leiam.

2- Comandava a Divisão Naval Portuguesa da esquadra que A transportava um ilustre oficial de apelidos Soares Franco. Esta é para engraxar os Meus Amigos Sportinguistas...

15 comentários:

O Réprobo disse...

Adorei encontrar maneira de chamar aos Republicanos «adeptos do posterior», ehehehehehehehe!

T disse...

Está a chamar isso ao meu bisavô? Ai o menino:)
O Cais das Colunas é o sítio de Lisboa mais bonito para receber visitantes ilustres. Ou mesmo os anónimos. É a entrada directa para a praça mais bonita e grandiosa de Lisboa. Confesso que estimo muito o Terreiro do Paço.
Um beijinho para si, senhor benfiquista e monárquico:)

O Réprobo disse...

Obrigado, Cristina.
Beijo

O Réprobo disse...

Querida T,
ui, vamos lá tentar safar: "do posterior Cinco de Outubro", evidentemente.
A Praça é fabulosa, com a única estátua artisticamente incontestada de Lisboa. Mas fica sempre o travo amargo da destruição de 1755.
Beijinho

T disse...

Querido réprobo,
Mas ainda lhe chamam Terreiro do Paço e esqueceram o nome Praça do Comércio:)
O Bisavô iria rir com vontade, era homem de bom humor.
Beijinho

Gazeta da Restauração disse...

É vergonhosa a situação junto ao cais. É caso para dizer que cais só a revista, apregoada sem fim na baixa de Lisboa e órgão motivado por miséria humana. De resto, só a miséria a que a capital vota a sua emblemática, como é este um caso flagrante. Durante algum tempo passei muito por ali, e sempre que via as obras sentia ardor de revolta pela incompetência de que aquele local é exemplo.

abraço

Anónimo disse...

Caríssimo Réprobo:

Se bem que a minha opinião acerca do «pombalismo» seja bem negativa, há que reconhecer-lhe alguns méritos, alguns deles mais do campo do esoterismo do que da racionalidade apregoada pelos seus defensores.

Assim, fazendo jus à sua formação maçónica, o Sebastião José de Carvalho e Melo planeou para o Terreiro do Paço uma autêntica loja maçónica, cuja entrada seria precisamente a do rio, emoldurada pelas duas colunas J e B, como nas citadas lojas. No centro do «tapete de loja», a estátua de D. José, e no lugar do trono de Salomão o arco triunfal, ladeado pelo Sol e pela Lua, ou seja, pela Rua do Ouro e pela Rua da Prata, curiosamente com a ordem invertida, como se se tratasse de uma imagem no espelho.

Qual a finalidade desta disposição? Para além de marcar a inspiração maçónica, haveria um propósito de protecção da Cidade, já que as colunas teriam - também - essa função.

Segundo o conhecimento maçónico, o «abater de colunas» significa o fecho da loja. Agora, como a maior parte desta gentalha desgovernativa que se tem assenhorado do poder é de várias maçonarias, com especial relevo para o GOL, seria de esperar que tivessem estes conhecimentos maçónicos básicos. No caso afirmativo, o retirar das colunas do Terreiro do Paço significa uma intenção de «abater colunas» da Cidade de Lisboa, ou seja, acabar com ela como centro de decisão. É um ritual que estão a fazer, e não é apenas fruto da incompetência e da incúria desta gentalha. A incompetência é apenas o véu para encobrir os desmandos, tendentes a tornar a antiga Capital do Império num pobre satélite de Bruxelas ou de Madrid.

Tanto mais que, segundo o Plano Director de 1967 da CML (o mais abrangente e completo até agora), já eram conhecidos os problemas que a passagem do metro pelo Terreiro do Paço iria acarretar, e propunha-se uma solução alternativa. A qual foi arrogante e intencionalmente ignorada.

Creia-me, Caríssimo. Fui maçon (estou presentemente «adormecido», pois para mim a Pátria e os Ideais Tradicionais são bem mais importantes do que os jogos de poder), e posso-lhe garantir o que aqui escrevi. Há intenção clara nestes procedimentos infames. Indignos do juramento prestado, quando esta gente foi admitida nos primeiros graus da Maçonaria.

Também eu tenho vontade de chorar quando passo pelo Terreiro. E vontade de bradar bem alto, parafraseando Fernando Pessoa: «Senhor! Quando é o Rei, quando é a Hora?»

Um grande abraço.

O Réprobo disse...

Meu Caro Carlos Portugal,
grato pela erodita explicação que do esoterismo faz exoterismo. Duas observações: cada vez mais reconheço virtudes inestimáveis ao sono... que refere! E aquele templo de imitação clássica para receber a Princesa, com frontaria triangular a encimar e tanto capitel e fuste a exibir-se, também parece coerentemente suspeito...
O que me irrita é que a cidade não tenha ficado protegida contra os tratos eleitorais que lhe querem ministrar. É que nestas coisas de fechar a loja há sempre males que se antecipam!
Abraço

O Réprobo disse...

erudita, credo! Quem ^´e que colocou o o e o u tão próximos, no teclado?

Anónimo disse...

Alguém que queria retardar a velocidade de digitação das dactilógrafas, meu Caro, demasiado rápida para as máquinas de escrever de então.

Tanto os teclados QWERTY como os AZERTY têm a mesma função.

Agora, com a electrónica, tal procedimento é ridículo, e induz a erros. Mas que quer? Ficou o hábito!

E tem toda a razão quanto ao pseudo-templo, e quanto ao... sono!

Abraço.

O Réprobo disse...

Caro Gazeteiro,
a minha resposta perdeu-se, mas era coisa simples, para notar que para Quem viesse da Margem Sul incorreria na evidente naturalidade de a perda de uma referência tornada habitual traduzir dor das maiores.
Abraço

O Réprobo disse...

Meu Caro Carlos Portugal,
ehehehehehe! Cuidado com as insónias, então!
Abraço

Terpsichore Diotima (lusitana combatente) disse...

Triste História ... e bem verdade aquilo que diz Carlos Portugal:

''É um ritual que estão a fazer, e não é apenas fruto da incompetência e da incúria desta gentalha. A incompetência é apenas o véu para encobrir os desmandos, tendentes a tornar a antiga Capital do Império num pobre satélite de Bruxelas ou de Madrid.''

Exactamente.

Anónimo disse...

Custa-me a crer. São vis negociantes boçais demais e tão sem estofo para o que quer que seja; só sabem desfazer para fazer de novo. Antes lhe desse para a calanzice.
Cumpts.

Anónimo disse...

Infelizmente, Caro Bic Laranja, os tais negociantes boçais e vis - como muito bem escreve - são broncos demais para verem que estão a ser instrumentalizados. Acenam-lhes com dinheiro e contratos e eles vêm logo ao cheiro.

Quem dirige as coisas sabe muito bem o que está a fazer, para nosso mal. Inclusivamente a impossibilidade prática de sucesso do projecto, já compreendida na década de 60. Para além do mais, ao fazerem o malfadado túnel, taparam a saída (que era exactamente sob os degraus do cais das colunas) do caneiro que descarregava as águas das ribeiras que se juntam sob o teatro D. Maria, as quais estão a liquefazer o entulho sobre o qual assenta parte da Baixa Pombalina. Basta ver o arco que está a fazer o pavimento da rua do Ouro e o afundamento do torreão oeste do Terreiro do Paço para se aquilatar a medida do disparate.

Um abraço.