sábado, 23 de junho de 2007

Gato Escaldado...

E depois... desconfio muito de exortações à "união dos Países Europeus", quando vindas de Berlim. Nem é preciso que o tom seja dado por mensagens de supremacia em ideologias talhadas para o efeito, como a de Hitler. Já nos alvores do Século XX Guilherme II elaborava este belo desenho, «A Alemanha Convidando as Nações a Unir-se Pela Civilização», agitando um espantalho para o efeito criado, que seria o Perigo Amarelo. Depois, sabe-se o que fez, disputas fronteiriças, coloniais e armamentistas com as outras Potências, não sossegando enquanto o Velho Continente se não viu submerso numa guerra exterminadora de vidas e de cavalheirismo. Mas nem era preciso recorrer à História, basta ver a quem a mão do Imperial Artista tinha reservado as asas... o que pode parecer estranho, na medida em que tomava os outros por anjinhos.
Sei que a actual Chanceler tem um curriculum diferente, mas a força de tão grande país unificado pode empurrá-la, despertando as mesmas pulsões, sob mantos diferentes.

3 comentários:

Anónimo disse...

Caríssimo Réprobo:

O curriculum da Merkle só difere por ela ser um agente dos «powers that be» e não essas mesmas potências. Na verdade, é uma Bilderberg, ao serviço da hegemonia americana, tal como o Sarkozy.

Então qual a finalidade do absurdo de um «super-estado» europeu? Em primeiro lugar, é uma falácia, pois apenas há a intenção de desfazer as soberanias nacionais, tal como expresso - entre outras obras - no livro Bilderberg «The Twilight of Sovereignty» de Walter B. Wriston (é curioso ver os comentários da contra-capa, que são de Zbignew Brzinzky, Kissinger e Nixon).

A ideia de um «super-estado», para competir com os EUA e a China é apenas o engodo para que os «anginhos» engulam o disparate. Depois das soberanias destruídas, é implementado o governo único mundial, ditatorial por natureza, regido pelas «corporations» e pelo lucro da oligarquia vigente. De notar que também além-Atlântico, estão a preparar a «fusão» dos EUA com o México e o Canadá. O «entrave» tem sido - felizmente - o Canadá, que literalmente odeia e despreza os EUA (sei-o de diversas fontes canadianas seguras).

Aqui na Europa, o «entrave» (também felizmente) está a ser a Polónia. Ocupada durante décadas, e com uma história de desmembramentos, ocupações e desnacionalizações constantes, preza suficientemente a sua nacionalidade para a não querer ver de novo desfeita, ao sabor de um grupo de apátridas.

Hitler e Mussolini ainda tinham ideologias, por pior que elas fossem. Estes «funcionários» soviéticos, reciclados ao liberalismo mundialista, nem sequer isso têm. São funcionários de uma oligarquia ditatorial sem rosto, ideologia ou moral. Pior do que isso é difícil imaginar.

Que a Angela Merkle e a Condoleeza Rice, ambas formadas na escola da KGB (verídico) façam um retiro contemplativo para a Sibéria, já agora levando com elas os outros membros do «clube», e por lá fiquem, deixando o mundo respirar em paz.

Um grande abraço.

Anónimo disse...

Perdão, queria escrever «anjinhos» e não «anginhos»...

O Réprobo disse...

E, meu Caro Carlos Portugal, repare que a generosidade Norte-Americana em querer uma "Europa forte" pára quando se chega à fronteira Russa... ou seja, quando a coisa fia mais fino e há uma ameaça real de concorrente.
A Polónia tem o mérito absoluto de ser uma voz corajosa contra o primado da união política feita contra os povos, em vez da integração económica em prol destes, que foi o caminho originariamente escolhido pelos fundadores da CECA e da CEE.
Berlim, seja qual for o tipo de poder - ou de delegação dele, para Lhe dar razão - que o ocupe, terá sempre uma tentação de ser a força de tracção de um continente dócil e aplainado. Seja por sede de domínio, seja para mostrar serviço que faça esquecer as derrotas sofridas.
Abraço