quarta-feira, 6 de junho de 2007

A Via e a Vontade

O Caminho dos Peregrinos de Ken Bushe

Caminho das pedras? Mas que carácter pedregoso pode aplicar-se-lhe? Não o das intimidades alegres e partilhadas de Dalida, decerto. Antes a escolha da persistência pelo trilho mais cortante, pois o conforto consome tanto como a opção inversa, a que não poupa os pés que a percorrem. E não recompensa no fim com coisa diferente de medos e desilusões, enquanto que aquele que fez a sua viagem da maneira mais dura, se tiver tido o golpe de asa que lhe permita da aventura retirar o adubo do seu crescimento interior, não precisará de alienar a tranquilidade que enfim encontrou, nem cair no vazio que a comodidade arriscaria.
De Luís Veiga Leitão

Quem escolhe o caminho das pedras

Quem escolhe o caminho das pedras
foge à fascinação do fácil

Quem escolhe o caminho das pedras
sabe de cor a cor do sangue

Quem escolhe o caminho das pedras
nada quer para tudo ser

Quem escolhe o caminho das pedras
ama o amor na raiz do lume

Quem escolhe o caminho das pedras
equilibra-se nos fios da morte

4 comentários:

Anónimo disse...

Caríssimo, quando escreveu este post,podia muito bem ter em mente o peregrino de Santiago...
Ainda hoje,o Caminho Português,que passa não muito longe,pelo Gerês,é muito calcorreado pelos peregrinos.E é assim,como na pintura.

O Réprobo disse...

Tenho combinada com um Querido Amigo de Vila Verde uma partida de Braga, calcorreando os caminhos até Santiago, para quando as filhas dele forem mais crescidinhas. À cautela outros amigos já me trouxeram um chapéu de romeiro.
Beijo

Anónimo disse...

P.S.Voltei cá,para reler o post,porque ficara com a impressão que a primeira leitura,necessariamente rápida,requeria uma segunda visita.E só lhe digo que ela se justificou plenamente.
Beijo

O Réprobo disse...

Uuuuuum, tenho de tentar perceber qual o truque para manter uma Visita Destas por cá o mais possível.
Beijo