terça-feira, 6 de novembro de 2007

Duas Lanças em África


Tem esta engraçada imagem enviada pelo Amigo Filomeno, a Quem agradeço, a dupla virtude de evocar a cobardia da experimentação dos meios com que os homens alimentam a sua inveja de Ícaro, dos balões à cosmonáutica, nos pobres cães, feitos cobaias. E de ilustrar os transes da visita dos Reis de Espanha às Praças Norte-Africanas de Ceuta e Melilla. Isto se nos cingirmos às reacções marroquinas, que a população maioritariamente cristã de Ceuta saiu à rua, fazendo do périplo motivo de festança, a lembrar um tanto a recusa dos movimentos independentistas em aceitar um referendo sobre a continuação da África Portuguesa, ainda que supervisionado pela amigalhaça ONU, mas só no caso de lhes ser desfavorável...
Já de Rabat, responsável dum partido religioso disse serem os enclaves "historicamente" do seu País, o que, no caso da cidade conquistada pela Família de Avis, implicaria fazer passar à História os últimos sete séculos desta...
Enquanto isso o Governo tomou uma posição que, sob a capa reivindicativa que tranquilizasse acalorados, assegura que a transferência de soberania seria sempre efectuada pela diplomacia, ou seja, que episódios como o raid ao rochedo, contrariado pela Marinha Espanhola, não terão seguimento.
Teme-se é o que poderia resultar de uma ascensão dos islamitas ao mando.

7 comentários:

Capitão-Mor disse...

Adorei esta sua análise sobre os enclaves espanhóis em Marrocos! Como sempre, nuestros hermanos dão cartas em todo o tipo de matérias...
Abraço

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
O Réprobo disse...

E, Meu Caro Capitão-Mor, é espantoso como a incapacidade marroquina em fomentar um irredentismo que se veja nas cidades concernidas não demova os responsáveis da reivindicação por prestígio de incorporação dos territórios de maiorias hostis.
Abraço

O Réprobo disse...

Meu Caro Filomeno, até sob o ponto de vista estratégico é importante preservar essa guarda-avançada protectora do Mediterrâneo, para controlar os fluxos humanos que o atravessam. desde que não se transformem, elas próprias, em portas de entrada dos novos invasores, claro está.
Abraço

Anónimo disse...

Filomeno, antes que passe o tempo e me esqueça, aproveito para lhe agradecer a bela fotografia que enviou ao Paulo, sugerindo que eu a visse porque haveria de gostar. E gostei mesmo muito. Terá sido tirada durante as filmagens, claro, ou o actor não estaria a cumprimentar o príncipe daquela maneira. E gostei igualmente de ver o então príncipe Juanito (se não estou em erro era assim que era tratado carinhosamente em Espanha, mesmo depois de adulto).
Cumprimentos ao mui gentil Filomeno e ao atenciosíssimo Paulo.

Maria

Anónimo disse...

Doña María: me alegro de que le haya gustado la fotografia. El apelativo cariñoso era "Don Juanito". Un saludo.

O Réprobo disse...

É sempre grande prazer intermediar intercâmbios de Dois Espíritos que tanto admiro.
Beijinho e abraço