sexta-feira, 20 de abril de 2007

Falsos Como Judas

Anda o Mundo pasmado com a repetição da Hstória que é o golo de Messi, como que decalcado do de Maradona, o qual, por certo, impedirá as gentes de se debruçarem sobre a História Pátria, ou sobre um episódio dela, sendo certo que podiam e deviam fazê-lo. Não serei eu que estranhe o gáudio esmiuçante dos certificados do Sr. Sócrates, pois embora o caso não seja tão grave como se o grau académico que envolve elementos falseados fosse requisito do cargo que ocupa, pode contribuir para o julgamento público do perfil do Político e da idoneidade da instituição. De resto, que surpreende que um País que anda aos papéis se concentre no papelão que cada um destes cavalheiros desempenhou? Entretanto, voltei ao relato do tal episódio. Foi no tempo da Rainha D. Maria I, que um caixeiro chamado Alves dos Reis se entreteve a falsificar a assinatura do Patrão em letras, com o compomisso correspondente. Alves dos Reis, precisamente os apelidos do autor da mais famosa falsificação de moeda do Século XX... Em que medida pode o precursor onomástico ter encorajado a orientação profissional do segundo do nome? Curioso, o facto de o setecentista ter sido condenado a açoites e degredo para Angola e a firma a que se uniu o nome do contemporâneo ter sido, justamente... O Angola & Metrópole! Uma homenagem?
A força da reacção é que não tem equivalente: enquanto o Ancien Régime aplicou a pena com a dureza dissuasora enunciada, a República em que o epígono se moveu, prejudicando-lhe a vida, é certo, acabou por consagrar-lhe a obra, ao fazer com que, em virtude da apreensão das notas ilegítimas, elas se transaccionem hoje a preços mais elevados do que as verdadeiras da época.
Por isso, não vos admireis da falta de sanção de que os forjadores de informações e avaliações escolares se possam vir a gabar. Está inserto na genealogia do Poder em que se filiam os actuais regedores lusos, com refinamento de conduta e tudo. Da parte dos obreiros da contrafacção mais não é que o velho anseio de fazer um favor a quem manda, de cerviz dobrada à espera da paga. Pelo lado do que beneficiou pouco mais será do que a velha e disseminada aspiração a mostrar-se mais do que é. Inscrito nos genes dos abusadores de um Povo que disso não tem culpa.

6 comentários:

Anónimo disse...

La mujer de Alves dos Reis en la Serie TV de la RTP muy hermosa y recatada.....¿Alguien me puede decir el nombre de la morena actriz que interpretaba el papel de esposa del "burlón"?

cristina ribeiro disse...

Çamorano,não vi a série,mas no site da RTP,diz-se que é Sofia Duarte Silva.

Flávio Santos disse...

Gostei muito deste texto, a que o meu caro amigo podia ter chamado as afinidades locupletivas...

Anónimo disse...

Muito Obrigado, Srta. Ribeiro.

O Réprobo disse...

Agradeço também à Cristina por ter satisfeito a curiosidade com que o Amigo Çamorano honra tudo o que concerne ao nosso País.

O Réprobo disse...

Caríssimo FSantos,
Seria nome descritivíssimo! Desvanecido com a aprovação.