Rabos no Céu
Havendo o Caríssimo Je Maintiendrai tido a amabilidade de me conceder corte de rabo e orelhas em tauromáquica linguagem recompensante, lancei-me na busca desses troféus. A cauda já achei: matutando nos antecedentes históricos do dia de hoje, lembrei-me de que em 1 de Novembro de 1577 foi visível em Lisboa um grande cometa, o mesmo que Tycho Brahé celebrizou 10/11 dias depois, em Praga. E logo o douto Hermes de Rovere avisou o nosso D. Sebastião de que não saísse do Reino para dar combate à Moirama, pois que o aerólito era prenúncio certo da catástrofe. Não lhe ligaram e a ligação à hecatombe amarrou o País.Talvez escaldado por tão grande erro, o Padre António Vieira passou a alertar para a circunstância de Deus, depois de os profetas se terem calado, haver passado a falar pelos cometas, o que vinha ao encontro do empirismo multissecular dos povos, normalmente creditando-os com maus agouros, salvo os Reis Normandos de Inglaterra, os quais na Coroa mandaram encastoar uma imagem desse sinal do seu triunfo. Mas há que dar a palavra aos especialistas e um pioneiro deles, Lubinetski, no «Theatrum Cometicum», esclareceu sobejamente que os luminosos bólides tanto podiam antecipar algo bom, como mau. Há, por conseguinte, no momento em que o denominado Holmes dá sinal de si, que nos investirmos das capacidades dedutivas do investigador homónimo, para apurar o que nos espera:Nostradamus é que não esteve com meias medidas e previu um, fatal para a Europa Mediterrânica. Será este, oh, será este? Não sei. Do que estou ciente é de que há ameaças com registo indesmentível. Ora vejam como os Turcos figuraram a passagem do corpo celeste quinhentista. E disso percebem eles, ou não fosse o Crescente o seu símbolo. Se não é, cuspida e escarrada, uma alusão à entrada na União Europeia, com a bandeira em fundo, então não sei o que seja.
Tenho dito.
Tenho dito.
6 comentários:
Um texto absolutamente delicioso com uns toquezinhos de esoterismo que sempre aguçam os mistérios da História...
Meu Caro Capitão-Mor,
não fui eu! Foram eeeeeeeles, ehehehehehehe!
Abraço grato
Então o caro Confrade confunde um rabo com uma cauda??!!
Oh Diacho! Quer dizer que o taurino que o Caríssimo JM me concedeu era coisa diferente da que assumi? Não quero, então, que a zoofilia que perfilho mão é dessas.
Ab.
Homessa! Aqui, que me conste, rabo é rabo! De piquena!
Ah! Desses venham muitos. E, respondendo à questão que argutamente levantou, ser CAUDAtário é um ponto de emboscada privilegiado...
Ab.
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