Eu Hoje Abordei Assim
Jean Cocteau
Mas ainda encontrei tempo de ver os compatriotas do retratado que sonham com a Presidência debaterem. Ou antes, baterem... no ceguinho, na medida em que cada um insistiu em tentar desembaraçar-se da imagem menos positiva que hes era atribuída: a agressividade de Sarkó e a falta de profundidade de Ségó. Nicolas ganhou a discussão. Esta foi substantiva, nada do que estamos habituados a ver por cá, as eternas generalidades desacompanhadas. Mas, justamente por isso, foi mortal para a sua oponente o pedido de concretização duma taxa que ela não soube dar e menos disfarçar. Como foi corrosiva a irritação que lhe provocou ao falar nas posições de François Hollande. Era, no entanto, legítimo fazê-lo, já que as referências eram dirigidas ao líder do partido da candidata, não ao "homem da casa". Fosse como fosse, o grande trunfo de telegenia de Madame Royal evaporou-se, pois o seu rosto não passa bem quando tenso nos grandes planos pensados para a beneficiar. E a recuperação do sorriso na declaração final pareceu artifício de quem sentia o solo fugir-lhe dos pés. Chegará para o Senhor da UMP ganhar? Não sei. Porém, desde agora, passei a desejá-lo. Sabe-se como ambos são duas faces da mesma moeda, uma exaltando os valores mitificados do debate, o outro exagerando a própria capacidade e legitimidade de intervenção modificativa. Mas ele quer a Turquia fora da UE e o regresso à regra da unanimidade nas decisões no seio desta. São questões de sobrevivência nossa, contra a passadeira estendida aos inimigos da Europa, no exterior e no interior desta. O que faz toda a diferença.
Mas ainda encontrei tempo de ver os compatriotas do retratado que sonham com a Presidência debaterem. Ou antes, baterem... no ceguinho, na medida em que cada um insistiu em tentar desembaraçar-se da imagem menos positiva que hes era atribuída: a agressividade de Sarkó e a falta de profundidade de Ségó. Nicolas ganhou a discussão. Esta foi substantiva, nada do que estamos habituados a ver por cá, as eternas generalidades desacompanhadas. Mas, justamente por isso, foi mortal para a sua oponente o pedido de concretização duma taxa que ela não soube dar e menos disfarçar. Como foi corrosiva a irritação que lhe provocou ao falar nas posições de François Hollande. Era, no entanto, legítimo fazê-lo, já que as referências eram dirigidas ao líder do partido da candidata, não ao "homem da casa". Fosse como fosse, o grande trunfo de telegenia de Madame Royal evaporou-se, pois o seu rosto não passa bem quando tenso nos grandes planos pensados para a beneficiar. E a recuperação do sorriso na declaração final pareceu artifício de quem sentia o solo fugir-lhe dos pés. Chegará para o Senhor da UMP ganhar? Não sei. Porém, desde agora, passei a desejá-lo. Sabe-se como ambos são duas faces da mesma moeda, uma exaltando os valores mitificados do debate, o outro exagerando a própria capacidade e legitimidade de intervenção modificativa. Mas ele quer a Turquia fora da UE e o regresso à regra da unanimidade nas decisões no seio desta. São questões de sobrevivência nossa, contra a passadeira estendida aos inimigos da Europa, no exterior e no interior desta. O que faz toda a diferença.
4 comentários:
Concordo.
Parabéns pela lucidez da sua análise.
Segolene demostró tener lo que en España se llama "mala leche"......Sarkozy, imperturbable......
Obrigadíssimo, meu caro Alex. As sondagens de hoje, por muito pouco que se lhes deva ligar, já apareceram a reiterar o óbvio.
Abraço
Meu Caro Çamorano,
toda a razão; e a tentativa de se desculpar com "imperdida a capacidade de se revoltar" suspeito que não lhe trará votos dos até agora indecisos, podendo afastar alguns antes tentados a dar-lhos.
Abraço
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