Fátima, Amar do Mundo
Percebo bem a raiva que os ateus têm a Fátima, por lá acorrer tanta gente irmanada numa Mensagem de Amor de que eles próprios se excluíram. Compreendo os agnósticos a quem, sem a força da Fé que os una a Deus, repugnará aceitar como validamente provada a Causa da Mobilização Mariana, conceptualmente ainda menos acessível para um prisioneiro do intelecto do que a Potência de um Criador. Mas, acima de todos, lastimo os Católicos que se não conseguem dar à Comunhão com os seus Irmãos, na peugada dos Pastorinhos. As razões são mais do que muitas e algumas partem até de preocupações estimáveis, pois tal como a mentira mais eficaz incorpora sempre alguns elementos verdadeiros, cuja reconhecibilidade atraia mais facilmente os alvos da propaganda, também a difusão do caudal anti-religioso faz gala de recorrer a pontos de apoio do conhecimento cultual do Absoluto para se promover.
Uns, menos elaborados, tentam insinuar a corrosiva dúvida sobre se as honras à Mãe de Jesus não contenderão com a Adoração de um Deus Único, por Se encontrar de fora da Articulação Hipostática. Outros, mais enciclopédicos, pretenderão assimilar a acorrência à Cova da Iria a práticas pagãs espalhadas, de devoção a divindades ligadas à Condição Maternal. Um terceiro Grupo, menos vocal no apartar deste multitudinário Factor de União, justificar-se-á com o carácter pretensamente rudimentar da veneração dos peregrinos, orientado para uma espécie de "suborno" de Nossa Senhora, com promessas de todo o tipo para a resposta a maleitas e aflições imediatas, sem a omnipresença evidente da perspectivação soteriológica final.
Aos primeiros não cessa de responder a Igreja, enquadrando a celebração de Maria como meio nunca desligado de Deus, De Quem Ela recebeu a Ordem, a Fecundação e, pela Encarnação, constituiu a única totalidade de União do Humano e Divino até agora conhecida na Terra, desde a configuração da nossa espécie sujeita ao conhecimento de Bem e Mal. Para os segundos, basta verificar a diferença entre o substrato de universalismo do Amor, face à mera associação da Fertilidade às colheitas. Mas no terceiro grupo o caso fia mais fino.
A chave do enigma intui-a a multidão, quando alguns estudiosos e pensadores não conseguem libertar-se da opacidade envolvente que os impede de aceder. É a Intercessão a que se aspira alicerçada na imensa compaixão perante as agruras actuais dos desprotegidos que em Maria se revela nos Evangelhos, desde logo nas Bodas de Canã, em que pede ao Filho que solucione o contratempo triste mas menor da escassez, face à concentração Divina na Missão Salvífica Final. É nesta diferença de sensibilidade, a que olha para a pequenez das tristezas quotidianas e atenta na exasperação que elas comportam e a Descomunal, Toda absorvida em conceder o resgate da perdição a que o uso da Liberdade pode conduzir, que a confiança dos Povos germina para se entregar. E como as leituras têm quase sempre a possibilidade de reverso, não será o testemunho da fragilidade e a invocação do Auxílio Superior atitude muito mais estimada no Céu, mesmo numa modalidade estritamente especulativa, do que o orgulho em não proceder como os outros, que certos espíritos, tornados orgulhosos pelas letras, têm por inferiores?
Não serão fáceis os caminhos de Fátima. Salvo para os que já Lá chegaram. Que são muitos, o que os torna difíceis de perdoar pelos arredios de tal Esperança. Mas não por Deus, CREIO.
Uns, menos elaborados, tentam insinuar a corrosiva dúvida sobre se as honras à Mãe de Jesus não contenderão com a Adoração de um Deus Único, por Se encontrar de fora da Articulação Hipostática. Outros, mais enciclopédicos, pretenderão assimilar a acorrência à Cova da Iria a práticas pagãs espalhadas, de devoção a divindades ligadas à Condição Maternal. Um terceiro Grupo, menos vocal no apartar deste multitudinário Factor de União, justificar-se-á com o carácter pretensamente rudimentar da veneração dos peregrinos, orientado para uma espécie de "suborno" de Nossa Senhora, com promessas de todo o tipo para a resposta a maleitas e aflições imediatas, sem a omnipresença evidente da perspectivação soteriológica final.
Aos primeiros não cessa de responder a Igreja, enquadrando a celebração de Maria como meio nunca desligado de Deus, De Quem Ela recebeu a Ordem, a Fecundação e, pela Encarnação, constituiu a única totalidade de União do Humano e Divino até agora conhecida na Terra, desde a configuração da nossa espécie sujeita ao conhecimento de Bem e Mal. Para os segundos, basta verificar a diferença entre o substrato de universalismo do Amor, face à mera associação da Fertilidade às colheitas. Mas no terceiro grupo o caso fia mais fino.
A chave do enigma intui-a a multidão, quando alguns estudiosos e pensadores não conseguem libertar-se da opacidade envolvente que os impede de aceder. É a Intercessão a que se aspira alicerçada na imensa compaixão perante as agruras actuais dos desprotegidos que em Maria se revela nos Evangelhos, desde logo nas Bodas de Canã, em que pede ao Filho que solucione o contratempo triste mas menor da escassez, face à concentração Divina na Missão Salvífica Final. É nesta diferença de sensibilidade, a que olha para a pequenez das tristezas quotidianas e atenta na exasperação que elas comportam e a Descomunal, Toda absorvida em conceder o resgate da perdição a que o uso da Liberdade pode conduzir, que a confiança dos Povos germina para se entregar. E como as leituras têm quase sempre a possibilidade de reverso, não será o testemunho da fragilidade e a invocação do Auxílio Superior atitude muito mais estimada no Céu, mesmo numa modalidade estritamente especulativa, do que o orgulho em não proceder como os outros, que certos espíritos, tornados orgulhosos pelas letras, têm por inferiores?
Não serão fáceis os caminhos de Fátima. Salvo para os que já Lá chegaram. Que são muitos, o que os torna difíceis de perdoar pelos arredios de tal Esperança. Mas não por Deus, CREIO.
2 comentários:
Perdi ontem dois comentários relativos ao tema que aqui abordou de uma forma belíssima, como é seu timbre. Mas nem por mais uma consegui colocá-los.
Dizia mais ou menos que, eles, os que abjuraram a Jesus Cristo e a Sua Mãe Santíssima, não querem acreditar nos sentimentos das multidões que acorrem ao Altar do Mundo a cada ano e cada vez em maior número, para implorar a intercessão da Virgem de Fátima junto de Seu Sagrado Filho no apaziguamento de suas dores físicas e espirituais. Já se imaginou aquela multidão multiplicada por dez, que é o número de crentes só em Portugal? E por várias centenas de milhões, que são os devotos da Virgem no Mundo? É justamente desta mole humana que eles temem e mais do que raiva - como escreve no seu texto - eles têm-lhe um pavor aterrador. Já se pensou o que seriam estas centenas de milhões de pessoas em fúria contra os que abjuram a Cristo e O maldizem?
Até nos países que estiveram submetidos ao regime soviético, as populações conservaram a sua religiosidade intacta e o amor incondicional à Virgem, cujo culto continuou a ser praticado secretamente até ao dia em que a libertação política permitiu e pôs à vista de todo o mundo essa grandíloqua devoção de milhões de fiéis, durante décadas ferozmente reprimida mas nunca abandonada. E deu-se então um extraordinário e comovedor retorno aos Templos e à Vida espiritual, sem a qual o ser humano não pode viver, com múltiplas e repetidas preces profundamente sentidas e fàcilmente observáveis nos rostos dos fiéis, d'agradecimento à Virgem Santíssima e a Seu Sagrado Filho.
Eles, os descrentes, não sabem o que é ter Fé, Fé na Virgem e Fé em Deus. Eles não sabem, nem podem saber, porque não tendo alma não têm sentimentos e não os tendo jamais alcançarão o Dom Supremo que é a Comunhão de um crente com Jesus Cristo e Sua Mãe. E porque assim é a malignidade no mundo continua. Um crente, que ama verdadeiramente a Deus, tem a alma pura e não sabe praticar o Mal, só sabe e quer praticar o Bem.
Eles andam há séculos a tentar descristianizar os povos do mundo e quanto mais o tentam fazer mais o oposto se verifica, daí a sua raiva incontrolável já ter passado a ódio de morte. E irão continuar a sua batalha inglória pelos séculos vindouros, já que se consideram o supra-sumo da contemporaneidade e da sabedoria em todas as áreas da sociedade e, para cúmulo, se assumem como os guardiães máximos do pensamento dos povos. Mas sem contudo obterem quaisquer resultados práticos. Todas as suas lutas presentes ou futuras serão em vão, portanto.
Como disse um dia a insuspeita Natália Correia, pouco antes de falecer: "Os povos necessitam de Deus, de Deuses".
Maria
Querda Maria,
malvadas caixas, que frustram as nossas conversas. Muito obrigado pelas Belas Palavras que teve a Bondade de me dirigir. Sobre a religiosidade russa, viu o belíssimo Ícone da Virgem Maria oferecido pelos Crentes desse Grande País a Fátima?
Já se sabe o que o fanatismo destruidor insiste cegamente em fazer, pelo que serão contas a acertar noutro Mundo. Por isso disse que neste a minha piedade se dirige prioritariamente para aqueles que desprezam o Culto Mariano pelos maus motivos que expus.
Beijinho muito grato
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