Na Bossa de Lino
A Blogosfera desatou a comentar o que entende ser uma gafe do Ministro Lino. Um propósito louvável e um tema que não se estranharia. Examinadas porém as declarações do Político, este espírito de contradição que teimo em ser tem de vir dizer que a asneira, tal como o Sahara linesco, não está onde se julga.
O palavreado do (ir)responsável das Obras que deviam ser Públicas não foi inocente, ao invés do que se possa crer: quando disse que a Margem Sul, ou a porção dela dada como aeroportável, "era um deserto", queria, simplesmente, obter o que veio a conseguir - as Populações Indignadas a desmentirem televisivamente as suas carências. Doravante terá sempre como trunfo a confissão das Gentes de que não lhes falta tudo aquilo que apontou, o que o dispensará de construir e gastar. Um espertalhaço!
Mas não é esta a bela sem senão. Espatifou-se ao comprido quando quis adornar a politiquice com imagens inesquecíveis. Muito mais do que a sua interpretação do corvo de Poe naturalizado francês, dever-se-ia notar que o homem se pronunciou contra a construção de um "projecto faraónico num deserto". Que cultura! Em que terreno julga ele que os Soberanos Egípcios edificaram as Pirâmides? Na Selva Amazónica?
Já quanto ao seu defensor oficioso Almeida Santos, ainda fez pior do que os advogados estagiários dos velhos tempos. Aquela de irmos para a Ota "porque uma ponte seria destrutível pelos terroristas" só se justifica se for desbravamento de caminho para não se construir a via férrea que ligaria Lisboa à localização que os apaniguados de Sócrates preferem. Com efeito, dos radicais coevos lembro-me de ataques a infra-estruturas e composições ferroviárias. Alguém recorda uma grande ponte como alvo?
Ná, o abstencionismo do Governo PS parece-me estar a preparar-se para pisar terrenos que excedam o do pensamento. Como dizia o diplomata finlandês de «Os Maias», é grave, é excessivamente grave!
O palavreado do (ir)responsável das Obras que deviam ser Públicas não foi inocente, ao invés do que se possa crer: quando disse que a Margem Sul, ou a porção dela dada como aeroportável, "era um deserto", queria, simplesmente, obter o que veio a conseguir - as Populações Indignadas a desmentirem televisivamente as suas carências. Doravante terá sempre como trunfo a confissão das Gentes de que não lhes falta tudo aquilo que apontou, o que o dispensará de construir e gastar. Um espertalhaço!
Mas não é esta a bela sem senão. Espatifou-se ao comprido quando quis adornar a politiquice com imagens inesquecíveis. Muito mais do que a sua interpretação do corvo de Poe naturalizado francês, dever-se-ia notar que o homem se pronunciou contra a construção de um "projecto faraónico num deserto". Que cultura! Em que terreno julga ele que os Soberanos Egípcios edificaram as Pirâmides? Na Selva Amazónica?
Já quanto ao seu defensor oficioso Almeida Santos, ainda fez pior do que os advogados estagiários dos velhos tempos. Aquela de irmos para a Ota "porque uma ponte seria destrutível pelos terroristas" só se justifica se for desbravamento de caminho para não se construir a via férrea que ligaria Lisboa à localização que os apaniguados de Sócrates preferem. Com efeito, dos radicais coevos lembro-me de ataques a infra-estruturas e composições ferroviárias. Alguém recorda uma grande ponte como alvo?
Ná, o abstencionismo do Governo PS parece-me estar a preparar-se para pisar terrenos que excedam o do pensamento. Como dizia o diplomata finlandês de «Os Maias», é grave, é excessivamente grave!
8 comentários:
Bem visto.
Beijo
Obrigado. Com esta história de desertos temi ser assaltado por miragens. Mas claro que estas incluem se define por serem desejáveis, o que não é o caso das frases miisteriais abordadas.
Beijo
Nas «Memórias de Salazar» Marcello Caetano crisma o Adriano Moreira como um advogado novo e pouco inteligente; o que dá ideia do pior perfume então, e da melhor estrumeira agora.
Cumpts.
Ehehehehehe. Caro bic Laranja, cada vez mais me convenço que a principal diferença entre o Ministro Lino e o seu colega Pinho está em o primeiro se achar muito inteligente e espirituoso, enquanto que acerca do último não passará pela cabeça de quem quer que seja, nem pela do próprio, coisa similar.
Abraço
bela análise
Obrigado Pródigo Gazeteiro, mas o mérito é do tema, que se prestava.
Abraço
Caro Réprobo
Excelente crítica porque sendo o giverno que temos uma caricatura, torna-se mais difícil fazer uma caricatura...da caricatura! Ainda assim não passo sem deixar uma achega que poderia ser transmitida ao ministro Lino, na linha do deserto e das pirâmides - então se transformámos a lixeira de Beirolas numa 'Expo', qual é a dúvida para transformar um deserto num óasis!
Um abraço.
Ora bem, Caro JSM. E o homem nem pode escusar-se com a vitalidade que rodeava o Nilo, porque escolheu para localização das suas areias privativas a beira-rio Tejo.
Abraço
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