São Rosas, Senhor!
Passeio de Artur Portela por um País querido, vertido em letra de forma. Ponto alto, a fala a que chegou com o grande Papini, aqui dado como o Dragão de Florença. Digo-o para que se não pense que o Autor doutra grande prosa se mudou com armas e bagagens para as margens do Arno! Importância imensa para o nosso canto, pois, após ter defendido a unidade europeia sob uma forma confederada, para responder à ameaça vermelha, defende o tipo de chefe que essa junção de esforços imporia:
- Como Salazar! É o estadista mais inteligente, mais prudente («sage», disse em francês) do Mundo, nos últimos tempos. Não é um ditador, mas um moderador. Leio os seus discursos e pensamentos com o mais vivo interesse. Vejo-o como um crente, um sábio, que não pede muito aos homens, nem ao destino! Não é um militar, nem faz comédias à Hitler!
Toda a peça se lê bem. Apesar do estilo da época, telegráfico nas perguntas e respostas, sem pretensão a imitar a fluidez de uma conversa normal, com detença, por vezes, em aspectos que hoje diríamos perfunctórios, o grande Giovanni conta a sua luta com a cegueira sem o desespero de Camilo ou Montherlant, ao ponto de nos pôr a pensar, dada a clarividência que exibe, se não seria num escritor (quase) cego que se encontraria a visão mais radical. Como neste ponto:
- Pois eu não sou democrata. E Salazar também o não é! É um sinal de inteligência não ser democrata! A Democracia faliu por toda a parte!
- Não sou um democrata, mas amo a Liberdade, o que é mais importante. Democracia é a arte de fazer ver ao povo que é ele quem se governa. Repare nos Estados Unidos, onde meia dúzia de políticos e de capitalistas fazem a comédia.
E outra diferença face ao que nos rodeia, hoje. O reporter não tenta orientar as respostas, apesar destas lhe não agradarem. Um único lamento, quando esclarece que a honestidade do jornalista se sobrepõe às sua convicções. Esmolas de Espírio e Direiteza, dignas do Real Milagre Isabelino.
- Como Salazar! É o estadista mais inteligente, mais prudente («sage», disse em francês) do Mundo, nos últimos tempos. Não é um ditador, mas um moderador. Leio os seus discursos e pensamentos com o mais vivo interesse. Vejo-o como um crente, um sábio, que não pede muito aos homens, nem ao destino! Não é um militar, nem faz comédias à Hitler!
Toda a peça se lê bem. Apesar do estilo da época, telegráfico nas perguntas e respostas, sem pretensão a imitar a fluidez de uma conversa normal, com detença, por vezes, em aspectos que hoje diríamos perfunctórios, o grande Giovanni conta a sua luta com a cegueira sem o desespero de Camilo ou Montherlant, ao ponto de nos pôr a pensar, dada a clarividência que exibe, se não seria num escritor (quase) cego que se encontraria a visão mais radical. Como neste ponto:
- Pois eu não sou democrata. E Salazar também o não é! É um sinal de inteligência não ser democrata! A Democracia faliu por toda a parte!
- Não sou um democrata, mas amo a Liberdade, o que é mais importante. Democracia é a arte de fazer ver ao povo que é ele quem se governa. Repare nos Estados Unidos, onde meia dúzia de políticos e de capitalistas fazem a comédia.
E outra diferença face ao que nos rodeia, hoje. O reporter não tenta orientar as respostas, apesar destas lhe não agradarem. Um único lamento, quando esclarece que a honestidade do jornalista se sobrepõe às sua convicções. Esmolas de Espírio e Direiteza, dignas do Real Milagre Isabelino.
3 comentários:
Também eu amo a Liberdade,sem confundi-la,de modo algum,com libertinagem,ciente que estou dos seus limites objectivos,e da responsabilidade que lhe é inerente,de forma tal que não concebo,sequer,a ideia de viver fora dela.
Desde sempre tive como a maior das máximas o dito de Churchill,de que a Democracia era o menos mau dos sistemas,mas começo a pensar que o terá sido com outra raça de políticos,que não a nossa.É hora de pôr tudo em causa...
Num comentário,o Amigo falou nas vantagens de ,dentro do Regime Monárquico,um sistema baseado no municipalismo forte,e eu tendo a concordar,mas,olhando-se para a realidade do País,são evidentes os entraves da sua passagem dos Princípios à pratica.Que fazer então?(acho que,há tempos,lhe fiz esta pergunta,o que,parece-me,revela o descrédito no Futuro...
Beijo
P.S.Claro que queria ter escrito prática.(é a tal pressa... :) )
É muita generosidade,a de partilhar estas leituras,que não estão ao alcance de todos.
Cristina, falta a segunda parte: um municipalismo forte, porém no qual os autarcas não possam ser eleitos em listas partidárias, mas simplesmente pessoais. Aqui e ali haverá sempre o engano de eleger um corrupto, ou um incompetente, mas estará resolvido o problema da fraude permanente que é o cardápio servido por conivências de partidos. O grau de conhecimento e confiança de que o indivíduo goze passará a ser o critério primordial da credibilidade eleitoral e não, como vai sendo, uma adição subsidiária da recomendação facciosa.
Beijo
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