Uma Abertura
31 de Outubro foi também o dia em que conheceu o Mundo o génio russo/ucraniano do Xadrez Alekhine. Vários pontos de interesse me despertam a atenção a dedicar-lhe: a morte misteriosa ocorrida quase à porta de minha casa, numa fase da vida em que deambulações várias e a simpatia por Hitler fizeram desconfiar de trabalhinho sujo dos serviços secretos britânicos, em especulações ora investigatórias, ora ficcionadas. Também o facto de conhecer dois Netos de Xadrezistas que com ele terçaram armas, um dos quais Este Senhor, pelo que malevolamente ouso esperar que o presente postaleco o faça regressar às lides. E o génio, evidentemente.
O Mestre nosso compatriota que lhe ganhou descreveu, num romântico relato do feito, a noite que precedeu os lances decisivos, em que as peças transfiguradas pareciam, nas suas palavras, ter ganho vida própria e lhe escapavam ao controlo, obrigando a luta extenuante para os domar e à consequente perda do sono. Francisco Lupi - que Dele se trata - acrescenta como no final um dos seus peões ganhara asas e, escapando ao engenho do manobrador, travava luta directa com o Campeão do Mundo, levando-o à desistência. E como, saindo juntos, pairava no ar a incomodidade, até que, tendo entrado num café com música ao vivo, o Maestro, reconhecendo-o, fez tocar a música da canção eslava «Olhos Negros», coisa que teria libertado o Estrangeiro, o qual, depois de beber de um trago o conteúdo da chávena, proferira: Amargou-me tanto este café!Talvez seja impossível a um grande jogador de Xadrez não se levar demasiado a sério.

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Espicaçaram



































