quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Morte de Um Lutador

Ian Smith ajudou muito Portugal e eu diria bem do próprio Diabo, caso ele me ajudasse, o que não quer dizer que alinhasse com ele. Claro que por interesse, pois a Rodésia precisava do apoio de Moçambique. E não esqueço o mau exemplo que deu às populações de origem europeia das nossas Províncias Ultramarinas, semeando-lhes secessionistas fantasias de independências brancas. Lamentável foi que a sua escorregadela para a órbita Sul-Africana conduzisse à adopção de segregacionismo racial. Mas é bom não esquecer que essa aberração foi motivada pelo demissionismo de Londres em garantir uma nacionalidade comum integradora. Os governantes britânicos pagam, ainda hoje, com Mugabe, o preço do seu engano, tendo feito passar de uma frigideira restritiva de acesso ao Poder e às relações sociais, para o fogo em que a própria vida privada e propriedade são postas em causa, pela cor da pele, tendo apenas mudado os poderosos. Bom é não esquecer que o primeiro sistema jurídico de discriminação racial moderno não foi o do pós-guerra boer de Verwoerd e Fouché, nem a consagração repugnante da acumulação consuetudinária dos estados sulistas dos EUA, mas a da Libéria oitocentista, em que estavam vedados aos negros não-provenientes da América os direitos políticos e aos brancos a propriedade.
Com Smith morreu um lutador que não se calou, até ao fim, à imagem dos batedores Selous que a sua amada terra consagrou como uma elite militar superlativa.

8 comentários:

Anónimo disse...

Racismo, não obrigado!

O Réprobo disse...

Concordo inteiramente.

Capitão-Mor disse...

Um verdadeiro guerreiro, que apesar dos seus erros, lutou pelo engrandecimento da sua Nação. Recordo-me de ter escrito sobre ele nos tempos do Condado. Tenho verdadeiro fascínio pelo povo rodesiano...

Anónimo disse...

Os rodesianos serám traidos pelos ingleses.......Dr. De Oliveira Salazar, dixit.

O Réprobo disse...

E, Caríssimo Caputão-Mor, o que mais lhe custou foi ver como se está a estragar por completo o esforço que custou tanto. Os índices de bem-estar regridem no Zimbabwe e levaram-no a ver nas obsessões de Mugabe uma verdadeira perturbação psíquica.
Abraço apertado

O Réprobo disse...

Meu Caro Filomeno,
infelizmente creio que é bem verdade. Mesmo que haja divergência interpretativa quanto às letras miudinhas de acordos, pelo menos na responsabilidade histórica de zelar pela coexistência pacífica entre as raças, Londres atraiçoou o seu papel histórico.
Abraço

Anónimo disse...

Las miras de la Poderosa Albion tienen algo oscuro, como sus tinieblas y algo impenetrable y maquiavélico como sus políticos (soldado vascongado dixit)

O Réprobo disse...

Ehehehejhe,
é bom não nos atravessarmos no caminhi deles, Caro Filomeno. Quem dera poder dizer outro tanto de nós...
Abraço