segunda-feira, 19 de novembro de 2007

O Que é a Saudade?

Leio, compungido, a notícia do fecho da Tendinha do Rossio. Quanta vez, no meu tempo de estdante, lá não fui matar o bicho que convém, com a sande de queijo fresco, ou o croquete? Nela fui iniciado pelo meu Pai, Que, ao menos, foi poupado a este desgosto. Já estou cheio dessas nostalgias que nos colam como logotipo da Raça, mas nos fazem seres reais.
VELHA TENDINHA
Letra: José Galhardo
Música: Raul Ferrão

Junto ao Arco do Bandeira
Há uma loja, a Tendinha
De aspecto rasca e banal
Na história da bebedeira
Aquela casa velhinha
É um padrão imortal.

Refrão

Velha taberna
Nesta Lisboa moderna
É a tasca humilde e eterna
Que mantém a tradição
Velha Tendinha
És o templo da ginjinha
Dos dois brancos de gimbrinha
Da boémia e do pifão

Noutros tempos os artistas
Vinham já grossos das hortas
Pró seu balcão caturrar
E os fidalgos e os fadistas
Iam p´rá ´li horas mortas
Ouvir o fado e cantar


14 comentários:

T disse...

São os malefícios da Asae! Não sabem distinguir o errado do certo. Completamente mentecaptos!
Bjs

Anónimo disse...

Infelizmente, Caro Amigo. Assim vão demolindo, tijolo a tijolo, as construções físicas da nossa memória. Grato pelo fado que tantas lembranças trouxe!
Um forte abraço.

Capitão-Mor disse...

São os tempos da globralizção, meu caro! :) Também passei por lá algumas vezes, quando ia às compras na Baixa. Receio que se torne mais uma "loja de chineses"...

jpt disse...

afinal fechou ou apreenderam-lhe garrafas. se fechou é um lamento radical

O Réprobo disse...

Querida T,
burocracia, olham para o regulamento e não vêem mais. Com menos dramatismo é o problema das juntas médicas que fizeram as imbecilidades que se sabe...
Beijinho

O Réprobo disse...

Meu Caro Marcos,
que alegria ter Assinatura tão prestigiada e por mim tão estimada a comentar cá!
Pois é, quem tenha estado fora e regresse reconhecerá o País? Progresso? Bah! Desprezo pelas adesões enraizadas, isso sim.
Forte abraço

O Réprobo disse...

Meu Caro Capitão-Mor,
Ai, não lhes lembre essa, ou o Dr. Costa ainda usa este lugar privilegiado como moeda de troca para fazer cair a proposta de Chinatown da Dr.ª Maria José...
Abraço

O Réprobo disse...

Meu Caro JPT,
transcrevo do «Destak» de hoje:
"Também o mítico espaço da Ginginha do Rossio foi fechado, na quinta-feira, pela ASAE, por falta de condições higieno-sanitárias e técnico-funcionais.".
Quem dera que se confirmasse só a apreensão...
Abraço

Anónimo disse...

Tá mal!!! A ginja era tão forte que não havia "bicho2 que lá entrasse!! Também mania da higiene querem todos morrer saudáveis!!! LOLLLLLLL
Arre que cada vez estou mais doida!
Se quiszer (ñ me lembro como se escreve vai c/ os 2) ficar animadinho passe lá pelas Luas para ouvir um cantante que lá tenho! Aquilo é já a pensar no aumento do turismo nos Açores!!!!!

O Réprobo disse...

Querida Luar,
com tanta esterilização, acabamos todos por ficar sem anticorpos.
Vou já para lá.
Beijinho

Anónimo disse...

Caríssimo: o que se passa é um «apagamento de memória», de referências, executado fria e estupidamente pelos novos bárbaros, com desculpas igualmente imbecis. Barbearias houve que a criminosa (a todos os níveis) ASAE fechou por não terem... casa de banho para senhoras!

Igualmente, andam a fechar adegas produtoras de alguns dos nossos melhores vinhos por estas os envelhecerem em cascos de carvalho! Querem obrigá-las a usarem cubas de inox, e assim estragarem irremediavelmente o vinho.

Contudo, não sei se sabe, mas quase todos os processos levantados pela ASAE saem-se mal em tribunal. Parece que estes energúmenos estão completamente fora da lei...

Tem de começar a haver resistência civil, senão destroem-nos de corpo e alma.

Abraço.

O Réprobo disse...

Tenhamos fé. Meu Caro Carlos Portugal, essa das pipas é incrível! Pois se o carvalho era justamente um dos elementos que atestavam a qualidade da elaboração!
A ASAE analfabruta deve mudar o nome para AZAR. O do País em tê-la e aquele que lhe temos...
Abraço apertado

Anónimo disse...

Assino por baixo o comentário de Carlos. E a 1000% a necessidade de haver resistência civil com carácter d'urgência, ou estamos na iminência de ficar sem tradições quaisquer que elas sejam. Uma das prioridades na aniquilação dos países e povos está, como é do conhecimento geral, na eliminação completa das suas tradições. Porque sem alma não existem tradições e sem estas não existe Povo e menos Nação tal como a entendemos, coisa que a eles, apátridas que são, pouco lhes importa. E o desalmamento com que o andam a fazer há 30 anos está visto que só ficarão de papo cheio quando nada restar do que era Portugal. Se não forem travados nos seus ímpetos perversos. Nem que seja à força.

Paulo, chegou a ver o meu e-mail?

Maria

O Réprobo disse...

Mail? não, Querida Maria, vou confirmar.

De resto é isso mesmo. Começamos a perder(-nos) com a adesão a normas saídas de hábitos culturais diferentes a que Bruxelas e filiais de cá querem conferir hegemonia.
Beijinho