quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Filosofia À Flor da Pele

Eis um anúncio artilhado. Propagandeia uma melhora do físico, apelando à capacidade especulativa, quer dizer, ao intelecto. Desde logo quando diz ser o ideal da (e não para a) pele. Como se esta se deitasse a conceber o que melhor lhe assentaria. Depois, por jogar com a associação do ineditismo da fórmula, assegurado pelo parêntese do texto, facilmente associável nos inconscientes em que pretende agir à mocidade que encanta. Mas, para sossegar os misoneísmos que estivessem alerta, o parentesis do cartaz indica o registo, logo, a aceitação etabelecida.
Entretanto, o melhor vem do jogo entre os nomes do produtor e as atitudes filosóficas perante a vida - ao garantir que interessará aos que compreendem a "beleza" como um factor importante da razão da existência, joga em vários tabuleiros. Apela ao primado da Estética, mas não negligencia o da Ética, pelas aspas que relativizam. E, para cúmulo, insinua-se junto dos que privilegiam a procura, quer nos que rumam à busca da Felicidade pacífica, com a graça Ventura, quer dos existencialistas, que premeiam a Angústia, através do apelido Pena.
À atenção de Duas Consumidoras Potenciais, a T e a Júlia ML

9 comentários:

T disse...

Já lhe respondi, senhor rei do Glycol:)
Com o apelido que tenho não vejo mensagem subliminar possível. Grrrrrrrrrrrrrr!
Beijinho

Anónimo disse...

(E essa "pulhice"é um balde de água fria,gelada mesmo,para quem acreditou,como foi o caso,que"agora"é que ia ser...;a queda é maior quanto mais se acredita.Ingenuidades... Mencken-que tenho de ver quem é-está coberto de razão)
Beijo

O Réprobo disse...

Querida T,
Ehehehehehehe. Já vi. Mas não conto ficar-me. O apelido foi um bonus, convenhamos.
Bj.

O Réprobo disse...

Querida Ceistina, Mencken foi grande crítico e linguísta, um dos raros norte-americanos que assumiram o anti-democratismo que ia na alma de muitos outros intelectuais.Além dele, Henry Adams, Eliot, Pound...
É, ademais, figura querida do Nosso Colega Dragão.
Quanto à crença erradicada, à primeira todos caem...
Beijo

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

Querido Paulo,

Pois eu acredito sempre nas literaturas inclusas nos cosméticos. A minha experiência diz-me que têem sempre algo de verdade. Acredito porque quero. E o melhor dos resultados na industria cosmética, resulta desta crença:-))
E quem dissse que ilusão não rejuvenesce?
REjuvenesce mais do que a literatura ácida de Henry Menken,se estão a falar de quem eu penso, de quem eu acho que só li uma obra.

beijo
ps- obrigada pela prenda. adoro cosméticos :-)

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

Querido Paulo,

Pois eu acredito sempre nas literaturas inclusas nos cosméticos. A minha experiência diz-me que têem sempre algo de verdade. Acredito porque quero. E o melhor dos resultados na industria cosmética, resulta desta crença:-))
E quem dissse que ilusão não rejuvenesce?
REjuvenesce mais do que a literatura ácida de Henry Menken,se estão a falar de quem eu penso, de quem eu acho que só li uma obra.

beijo
ps- obrigada pela prenda. adoro cosméticos :-)

O Réprobo disse...

Querida Júlia,
e é com vontade similar que a publicidade a tais artigos joga. Sendo que, no presente anúncio, estamos um pouco como perante a sabedoria popular, há uma adequação a cada caso, por opostos que eles sejam entre si.
O que se não verifica no grande Mencken. É corrosivo, tem razão, mas sabe-se sempre de que lado está.
Beijinho

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

� verdade, tb achei muito gra�a � publicidade, se � que se pode chamar publicidade � charlatanice. A an�lise que o Paulo fez do texto, tb a fiz mentalmente,rindo...
O que n�o quer dizer que eu retire o que disse sobre o efeito identico ao placebo de qualquer cosm�tico, por mais ineficaz que seja.

H� certas an�lises de Mencken que abomino. concordo, contudo, que n�o � contradit�rio.

beijinho
J�lia

O Réprobo disse...

Querida Júlia,
também eu não tiro essa conclusão, até poorque completamente incapaz para a apreciação que a ela conduziria. Fico-me pela dose de truque que detecto na propaganda.
Beijinho