segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Da Fé Na Bola à Boa Fé

Quando o Fátima eliminou o F.C.Porto da Taça da Liga tive de suportar a previsível enchente das gordas impressas com a pletora de rótulos desprovidos de imaginação martelando o "Milagre de Fátima". Que os adeptos portistas se não tenham insurgido é que surge estranho. Com efeito, da definição de milagre faz parte tanto o sobrenatural como a contribuição para o Bem. Tratar-se-á de auto-conhecimento?
Não gosto de invocar a seriedade sacra para as sortes boleiras; não obstante, ainda consigo ver alguma consistência nestas aproximações: tendo o dragão (sem que se pensasse no nosso Colega César Augusto) sido seleccionado na simbologia religiosa como um dos emblemas e metamorfoses diabólicos, seria difícil aos atletas de uma Terra tão marcada pela fortificação Mariana contra o Pecado, mesmo inconscientemente, não dar o litro para evitar que por lá passasse incólume essa vivificação do Maligno.
Toda esta conversa me fez conectar ao momento felicíssimo que vive o Vitória Minhoto no campeonato português, passando inclusivamente à frente do Glorioso. Será, como prudentemente sublinhou uma Ilustre Adepta do Clube vimaranense, em comentário um postal abaixo, sol de pouca dura. Mas não teriam os bravos futebolistas em mente atingir este pico classificativo no dia de hoje, em que se comemora a entronização de um Papa que era um Santo, Esse São Dâmaso, segundo André de Resende, proveniente de Guimarães?
O facto de ser anterior à fundação da Nacionalidade não obsta a que o consideremos compatriota. Se sempre tive má vontade, na minha infância, ainda bastante tenra, em aderir à elencação de Viriato como um dos Grandes Portugueses, na didáctica do Estado Novo, era por me repugnarem os hábitos de higiene e civilizacionais do bando por ele chefiado, face ao aprumo romano; e porque via o seu nacionalismo muito ditado por desavenças familiares com o sogro, figura grada da adesão à romanidade peninsular.
Ao contrário, com este luso percursor de João XXI, o que temos é a unificação doutrinal contra as heresias que desvirtuavam. E o respeito por eruditos como São Jerónimo, solicitando-lhes a colocação do saber ao serviço da Comunidade, com a tradução do Texto Sagrado para a língua franca e culta do tempo.
Razão mais do que suficiente para dedicar estas linhas à Cristina Ribeiro.

7 comentários:

Anónimo disse...

Olá Pauo!

Vinda de férias, deparei-me com a sua contratação para o melhor lugar do balneário de uma "grande" equipa feminina.

Parabéns! Não há como ter amigos!


Beijinho

Anónimo disse...

Paulo! Paulo! Paulo!


desculpe, só não repito pela página abaixo, para estragar os comentários, mais do que já estraguei.

Anónimo disse...

Antes do mais obrigada,caro Paulo.
E depois tenho a agradecer,também,o facto de ter contribuído para diminuir um bocadinho a minha ignorância relativamente a pessoas ilustres cá do burgo;temos,na cidade, a Igreja de S.Dâmaso,mas não sabia a sua história.
Beijo

(Ah,e fiquei a saber,pelo Mário,que o Vitória tem um equipamento alternativo decente:)-desculpe,mas não resisti à alfinetada:)-

O Réprobo disse...

Querida Marta,
então as férias, foram boas?
Equipa invencível, claro, ehehehehehe.
Estragar? Esta casa ansiava por eles... E com brados desses, o ego - e o eco - já estão no espaço sideral.
Beijinho

O Réprobo disse...

Devo dizer, Cristina, que também só soube dos pormenores - ou pormaiores - damasianos há coisa de dois anos, graças a um cultivadíssimo Frequentador de Alfarrabistas que me excitou a curiosidade sobre o tema.
Quanto aos trapos sobressalentes, Grrrrrrrrrrrrrrrrrrr!
Beijo

Mário Casa Nova Martins disse...

Pois é, o Magnífico Príncipe do Estoril no "lugar certo"!

O equipamento alternativo do Vitória de Guimarães lembra o Vasco da Gama.

Cumprimentos.
Mário

O Réprobo disse...

Tenho-o presente, sim, Carísimo Mário.
Quanto ao resto, é a habitual bondade.
Abraço