segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Luzes Às Costas

Falar ou não falar, eis a questão
Cada vez menos paciência para o canibalismo televisivo à volta de Santana Lopes, por ele não ter discursado no Congresso do PSD. Tenho para mim que a intenção antes por si expressa de "em princípio intervir" visaria ajudar Menezes, caso este atravessasse apuros que requeressem a sua célebre oratória. Vendo que as coisas se encaminhavam sozinhas, concluiu que o seu princípio e o seu fim não coincidiam e apagou-se, voluntariamente, para deixar o novo Líder brilhar, sem focos de luminosidade concorrentes. O contrário do que procurou o Prof. Marcelo, por deformação profissional e talvez desforço e investimento presidenciável, ao repetir venenosamente à exaustão o diagnóstico de uma bicefalia dirigente. Onde um se sacrifica um pouco o outro busca dividendos.
Quanto ao conteúdo das propostas de Menezes, como se sabe, contra a maioria dos meus Vizinhos ideológicos, aplaudo a regionalização, mas tenho bastantess reservas contra privatizações selvagens. Agradou-me a vontade de extinguir o actual Tribunal Constitucional e as inefáveis Autoridades Reguladoras, confiando as disciplinas sobre que decidem à Magistratura Judicial. Nem vejo que o STJ não pudesse ver-lhe cometidas as novas funções fiscalizadoras, uma vez organicamene revolucionado. Mas, permanecendo um TC, o que importa é que seja preenchido por juízes de carreira, acabando-se com as intervenções de políticos eleitos no processo de preenchimento dos lugares dos Conselheiros. Mutatis mutandis, o mesmo para os demais organismos fiscalizadores.
Quanto à forma, talvez inspirado pelo Cardeal Bertone que deu Fátima como Farol dos Fiéis, disse que há muitos portugueses a precisar de um farol que lhes aponte o caminho. Concordo, alertando porém para os focos luminosos que antigamente os pilha-navios acendiam, para fazer os barcos encalhar, labendo-se depois com os respectivos salvados. É o que políticos incompetentes ou egoístas podem fazer também. Que o novo Chefe da Oposição tenha diante de si sempre o Farol da Justiça e da Decência é o que se pede. E que não ceda à demagogia, uma modalidade afinal do que os nossos Irmãos do Brasil chamam conversa de faroleiro...

6 comentários:

Anónimo disse...

S. O Santana não precisava de tanto empenho para mostrar que tinha Marques Mendes na mão.

O Réprobo disse...

Vá lá, vá, Meu Caro Rudolfo, uma leitura mais implacável diria da imagem que se tratava do partido.

Capitão-Mor disse...

Hum...ainda o Menezes não aqueceu o lugar e já está a ser canibalizado por Santana Lopes & associados!

O Réprobo disse...

Meu Caro Capitão-Mor,
penso que o Dr. Menezes não se sentiu nada incomodado nas vestes de Vingador de Santana. E este está a refrear-se de uma forma comovente, considerada a impulsividade que o notabilizou. Mas Marcelo corre pela propagação desse raciocinio, pois divide e dá-lhe esperanças de reinar, perdão presidir.
Abraço

Antonio Almeida Felizes disse...

Em toda esta novela, só espero que o Santanistas não atrapalhem a Regionalização.

Regionalização
.

O Réprobo disse...

Meu Caro Antpnio Almeida Felizes,
talvez não, porque há muitas figuras próximas do Santanismo com perspectivas regionaos elevadas. Tenho pena ´´e que o modelo a escolher possa vir a ser negociado por critérios de conveniência carreirística, mas esperar outra coisa só quando os políticos forem anjos.
Abraço