sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Lyon Já Está a Arder?

Sabe-se como o General alemão von Choltitz se recusou, durante a Segunda Guerra Mundial, a cumprir a ordem de Hitler concernente à destruição de Paris. Mas terá tido ele um antecedente em Couthon, o triúnviro com Robespierre e Saint-Just que mostrou relutância em levar à letra o édito da Convenção determinando, para desforra da insurreição Monárquica lionesa, a demolição da cidade? Tendo-se limitado a arrasar um edifício, no 26 de Outubro de 1793 sobre o qual passa hoje mais um aniversário, o enviado de Paris foi substituído por executores menos sentimentais, no âmbito de uma repressão que tornou insuficiente a guilhotina e encheu a Capela erguida num dos lados da Igreja de Saint-Pothin de ossadas das vítimas. Infelizmente o desobediente prezava mais as pedras do que as Pessoas e viria a ligar-se às tristemente célebres disposições do Terror. O que vem reforçar a velha semelhança que detecto entre Liberalismo e Hitlerianismo, ambos alçando-se pelos votos e prosseguindo falácias tentadas passar por vontade popular, uns em nome do abuso ostensivo que é o Representativismo, outros por demiurgias no fim de contas semelhantes, delegando no Chefe a adivinhação que desencante o Espírito do Povo. E nos métodos, os quais não se limitam a eliminar opositores, mas, indistintamente, pretendem erradicar cidades inteiras.

4 comentários:

Bic Laranja disse...

Um autêntico programa pólis, já se vê. Cumpts.

Anónimo disse...

¿Arde París?

O Réprobo disse...

De combate à exclusão, caro Bic. E sem ouvir as populações, logo...
Abraço

O Réprobo disse...

Era a conexão que se impunha, Caro Filomeno, sendo que, ao tempo, Paris já tinha ardido, noutro sentido, mito embora.
Abraço