sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Menoridade e Culpa

Pedofilia de Daniel Denes

A condenação da treinadora de ténis que manteve uma relação com uma sua atleta de 15 anos é que me parece excesso de zelo. Reprimir a pedofilia está muito bem, mas uma rapariga dessa idade já é suficientemente crescidinha para não quadrar nesta definição. E não falo apenas do aspecto biológico, antes também do mental. Nada há aqui de parecido com prostituições, redes de lenocínio e pornografia. Não se pode considerar assédio uma ligação consensualíssima, em que, de resto, a posição da mais velha não implicava poder suficiente para integrar o conceito. A própria mãe acabou por aceitar a situação, que era um prolongamento da afectiva, não se restringindo a aproveitamento sexual. Já tinha eu achado manifestamente excessiva a reacção contra a célebre professora americana, mas aí a correlação institucional era diferente e os indícios de uma mentalidade perturbada maiores, porque um rapaz de doze anos é um fedelho, uma rapariga de quinze é uma Mulher.

6 comentários:

T disse...

Falei disso com amigos e amigas minhas já há uns tempos. Desde os doze que conheciam as suas opções sexuais e exerciam-nas pelo menos parcialmente.
E a fasquia das idades varia, conforme o século em que vivemos.
Quanto à professora, o amor muitas vezes não escolhe idades. Há coincidências. A penalização dela foi um absurdo, bjo

Terpsichore Diotima (lusitana combatente) disse...

Caro Paulo
Esperava tudo menos deixar agora um comentário aqui (o meu próprio blog está à minha espera...e nem vou postar ou responder lá por enquanto - sem tempo). Penso que discordar de algo, deve ser possível. Não? E sem que isso formasse barreiras na comunicação, mas pelo contrário.

Reajo aqui a uma coisa que espero que venhas a rever. Estou em desacordo com a afirmação: ''Uma rapariga de 15 é uma mulher''. Ideia com longa história! Não sabia que quem pensa bem, ainda manteria tal ''certeza'', que tem origem no facto de que para os homens - e ocnsequentemente o conhecimento - ''as mulheres eram o corpo''.
O problema é demasiado vasto.

A minha certeza foi profusamente testada na realidade também - vem até dela!

Agradecida por expores um tal erro - em que, tenho a certeza, mulheres e homens te apoiarão... (defendo-me assim desde já contra possíveis ataques de terceiros, que sofri anteriormente ao ''atrever-me'' a expressar outro gosto que o teu!).

É um dos argumentos principais, desde sempre, a favor do abuso das crianças-raparigas!! Podes crer que já ouvi coisas incríveis relacionadas puramente com este equívoco tremendo. Gente de bem, defendendo-se da pedofilia! Cometida sem pensamento - porque .... hehehe, as raparigas já têem ''esse corpo de mulher''!

Espero que não leves a mal, mas a bem, esta tentativa de algures, contribuir para que males sejam evitados! E olha que se há coisa de que posso dizer que percebo, querido Paulo, é de educação.

Reflecte: a maioria dos pais, tios, avós - que sei muito bem que não defendes de maneira nenhuma! - é assim que praticam o incesto e se defendem. Claro que uma coisa não implica a outra, mas está relacionada com uma visão quase ''bárbara'' do que uma criança e jovem, é.
Claro que também concebo a possibilidade de excepções- mas essas são apenas as confirmações daquilo que deve ser a regra.
Claro que um adulto se pode apaixonar por uma criança/jovem de 15. Óptimo. O amor é grande? Que espere!

Beijo



PS -Quanto à penalização não faço qualquer afirmação, não conheço a história, e é um outro problema.

T disse...

Querida Terp: Dois aspectos a considerar.

Primeiro o abuso e a violação e esses não conhecem idade limite.

Segundo, a opção por uma forma de sexualidade própria. Era sobre isso que eu comentava àcerca dos meus amigos e amigas gay que cedo sabiam que o eram.
Outro caso ainda é o dos amores em idades desniveladas.
Acho que é dificil julgarmos todas estas cambiantes e as aglutinarmos no saco da pedofilia à molhada.
è fácil julgarmos mas dificil vivermos, beijinhos aos dois postante e comentadora anteriora

O Réprobo disse...

Querida T,
o problema de ser homo, aqui, não me interessa nada. As pessoas fazem da sua vida o que qeuiram. Não já quando se metem a marchas de orgulhos estúpidos ou a querer casamentos impensáveis. Ao darem ao privado relevância pública sujeitam-se ás reacções. Neste caso não havia exibicionismo maior do que uma usar os ténis da outra e ninguém reclamou matrimónios. Logo...
No caso da Americana acho a medida da sanção tão exagerada! Até a colocaram nas circunstâncias e com o uniforme das infanticidas! Mas compreenderia que a afastassem do ensino, por inadequação.
Beijinho

O Réprobo disse...

Querida Musa,
como bem disse a T, o abuso, seja sob a mencionada forma de estupro, ou por via de atentados ao pudor de inferiores gravidades, são de condenar em qualquer idade. Idem quanto aos incestos. Aqui nada disso se verifica. E por já ter tido quinze anos e conhecido muita gente nessa conformidade, sei bem da diferença de maturidade entre os dois géneros, nessa idade. Por isso me permiti parafrasear facilimamente a frase original que é "aos treze anos uma rapariga é uma Mulher, um rapaz é um fedelho". E nem me meti por caminhos que considerem as conformações da anatomia dum relacionamento lésbico menos susceptíveis de deixar marcas para a vida restante, por não ser isso que me pareceu estar em causa.
Beijinho

O Réprobo disse...

Pois éisso, T. Há que distinguir entre a sordidez do affaire Casa Pia e o incómodo desta situação. Creio, aliás, que a questão se centrou na posição pretensamente dominante da instrutora, o que me parece inexistir, por não haver as pressões de aproveitamento e comportamento que rodeiam o ensino "civil", por assim dizer.
Bj.