sábado, 13 de outubro de 2007

Uma História Com Barbas

Dou graças a Deus haver nascido numa Religião que encarou a música como meio privilegiado de elevação rumo ao Divino, ao ponto de conceber Anjos Instrumentistas e de o Cantochão ser disciplina instruída na generalidade das Ordens Religiosas, exceptuando-se a Companhia de Jesus, por isso muito criticada pelas demais. Faz-me então espécie ver como o fanatismo de outros quadrantes e cultos se vira contra essa sublime expressão, caso dos Taliban que, no Paquistão, atacaram à bomba centros de difusão musical, dando ideia de quererem impor à viva força um carácter terrível à Imagem do Divino, pois assassinaram igualmente o pobre profissional que ganhava o seu pão permitindo aos seus clientes a modesta alegria de andar de cara rapada. Se não consigo fazer eco do ditado transmontano que diz ter o homem de barba sempre alguma coisa a esconder, endosso plenamente o entendimento de Aristóteles, que aconselhava a não confiar no homem que não gostasse de Musica, apesar de já não ver nela a panaceia de purificação da alma dos Pitagóricos.

2 comentários:

António Conceição disse...

Eu não confio em nada num homem que não gosta de música. Nem sequer na sua inteligência.

O Réprobo disse...

Mestre Funes,
ora bem! Ou quando o puro QI não tenha índices decentes infirmados, do gosto e sensibildade dele. É difícil imaginar um melófobo como não-brutalizado. O Estagirita sabia-a toda.
Abraço