O Nó do Problema
Abandono de Robert G. Gardner
Antes de discutir se o principal ponto do abandono pelo Presidente Sarkozy da entrevista em que uma jornalista o interrogou sobre a solidão em que Cécilia o deixou é ou não o problema do nó, gostaria de chamar a atenção para o papel precursor de Santana Lopes, quando se retirou por lhe ver preferido nas prioridades Mourinho; e para a notícia do fim de semana, em que o jogador italiano Cassano saiu dum jogo por não concordar com uma decisão do árbitro. O que os três episódios têm em comum é remeterem para questões de estatuto. O do atleta transalpino é censurável, na medida em que consiste numa subtracção a autoridade que se tinha comprometido a aceitar. O do Político Luso, já por mim abordado, muito compreensível, por recusar que fosse levada às últimas consequências a inversão de hierarquia entre quem tem a incumbência de noticiar e quem tem a capacidade de tomar decisões a que seja dada relevância noticiosa, apesar das transigências que a dependência dos votos e das câmaras impõe.E o Chefe de Estado Francês? Claro que está no seu pleníssimo direito de não expor detalhes da vida matrimonial, como qualquer outro cidadão. Mas não assim no "profissionalismo" dos membros das Famílias Reais, sabedores de que a privacidade que podem reivindicar é muito mais reduzida do que a do vulgo, desde os tempos em que as Rainhas de França davam à luz em público. A medida da incompetência da jornalista esteve em não se ter apercebido de que inquirir um político eleito é incompatível com a nostalgia da Royauté. E de que a postura dos entrevistados está longe do sonho dos entrevistadores, de um abandono à sua condução, num relacionamento frio e sem afecto.
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