Clientes Na Carteira
Por que será que cada vez me é mais difícil concordar com qualquer coisa que José Miguel Júdice defenda? Talvez porque a consciência política de um ambicioso seja tão fraca como a carne do vulgo. Ainda comprei como escrupulosa a sua justificação da passagem do Sindicalismo Nacional-Revolucionário para a Social-Democracia, por não ser liberal. Mas que dizer agora, quando vem defender a legalização e reconhecimento de lóbis, essa pedra basilar dos mais liberalões dos sistemas? A grande desculpa que aventa não tem verdade em que assente. É falso que a institucionalização dos grupos de pressão diminua a actividade corruptora de políticos, como prova o exemplo Norte-Americano, em que o aliciamento está elevado a categoria legítima do processo decisório. Os sucessivos escândalos em larga escala, de que o caso Abramoff é apenas o derradeiro rebento, aí estão, a provar o contrário. Sem falar na perversão rotineira que é a intervenção legislativa servir de trampolim para carrreiras de lobismo remuneradas a peso de ouro, em que participam até ex-congressistas afastados, porque corrompidos, como Dan Rostokowski, na era Clinton, onde foi perdoado por favor presidencial, vindo agora dizer que não faz lóbi, apenas dá conselhos de estratégia legislativa...
Para além de que em Portugal, onde os eleitos são meros escravos de direcções partidárias, sem a individualidade autónoma dos do Tio Sam, cada vitória de um persuasor desses arrastar todo um grupo parlamentar, ou um executivo de qualquer nível, em vez de se cingir a casos sigularizados.
Legalizar o lobismo nem se pode justificar com o controle sanitário que equivalente medida traria à prostituição. E introduzir um ramo desses num país em que a interacção de riqueza e política são vistas com desconfiança, salvo pelos aspirantes de e a ambas, ao contrário dessa América Setentrional em que uma é credencial para singrar na outra, viria enfraquecer uma barreira psicológica fundamental: transporia da definição para a quantidade o limite do ilegal, enfraquecendo a percepção do censurável. É como transferir a decisão de um desafio de futebol do campo para a bancada. Conhecendo as claques que espreitam, quem quererá isso?
Para além de que em Portugal, onde os eleitos são meros escravos de direcções partidárias, sem a individualidade autónoma dos do Tio Sam, cada vitória de um persuasor desses arrastar todo um grupo parlamentar, ou um executivo de qualquer nível, em vez de se cingir a casos sigularizados.
Legalizar o lobismo nem se pode justificar com o controle sanitário que equivalente medida traria à prostituição. E introduzir um ramo desses num país em que a interacção de riqueza e política são vistas com desconfiança, salvo pelos aspirantes de e a ambas, ao contrário dessa América Setentrional em que uma é credencial para singrar na outra, viria enfraquecer uma barreira psicológica fundamental: transporia da definição para a quantidade o limite do ilegal, enfraquecendo a percepção do censurável. É como transferir a decisão de um desafio de futebol do campo para a bancada. Conhecendo as claques que espreitam, quem quererá isso?
12 comentários:
Que dureza de prosa! Muita coragem a do Sr. Réprobo.
Tento ser macio quando a desgraça é mole e mais cortante quando vejo perigos, PL.
Palavras avisadas!
Sr. Réprobo qual o link para a Sr.ª Luar?
PS – Não me manifesto, mas que Belas Senhorass estão hoje de visita à sua Casa!
B.F.S., as iniciais do voto, evidentemente, PL.
A Beleza é condescendente, está visto...
Paulo,
no meu armário não há esqueleto nenhum;já aqui tinha dito que porque muito acreditara, é que a queda foi maior.
Beijo.
Mas ignorava qual tinha sido o traidor da confiança depositada.
beijo
Caríssimo Amigo: parabéns pelo (como sempre) excelente texto, e pela frontalidade e coragem que demonstra ao publicá-lo.
Realmente, estamos numa era de ignomínia descarada, em que assistimos a uma inversão de valores cada vez menos mascarada, cada vez mais arrogante e brutal.
Bem haja pela forte contra-corrente que pratica, meu Amigo!
Grande abraço.
Paulo,
n'"A Voz"escrevi-lhe quais,concretamente,as causas dessa"queda";se puder passar por lá...
Beijo
Meu Caro Carlos Portugal,
Magnânimo, como sempre, nos juízos sobre este indigente escrevinhador.
Mas no post alerto para um perigo real - o de debilitar as últimas resistências, sobreviventes do crirério ancestral, à exibição despudorada da Plutocracia - que já manda, mas ainda se encolhe um pouco, embora cada vez menos.
Abraço
Querida Cristina,
atão não quero?! Mais um extraordinário Motivo para juntar às notabilíssimas razões de frequência desse oásis do Espírito!
Beijo
Tenho cá na ideia que o Estado corporativo é proibido pela Constituição. Ah! Lóbis é outra coisa. Pois!... Cumpts.
Quem não quer ser Lobo, não lhe veste a pele, Caro Bic. Ou faz como os civis que querem aproveitar os blusões de pele militares, uma pequena modificação - na vogal derradeira - e com a inflexão devida etá criado o Lóbi.
Abraço
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