domingo, 30 de setembro de 2007

A Galinha e o Risco

Anos sobre o nascimento de Michael Powell, Realizador com génio artístico do tipo de nos pôr bem com a vida. Nunca será demais referir esse «I Know Where I´m Going» que deu a Wendy Hiller o momento maior da sua carreira e a todos os cinéfilos uma das mais extraordinárias fusões entre tratamento plástico da Natureza, operando sobre o íntimo da protagonista, a cena da travessia de barco para a ilha, com a tempestade adversa. Hoje não repisarei um dos lados de que mais gosto na fita, o triunfo do encanto da Tradição sobre a constução intelectual-volitiva do intuito materialista do casamento por interesse pela decidida personagem feminina. Quero, isso sim, lembrar os bluffs próprios dos magnetismos que, noutro grau e circunstância, são quase recorrência universal. Mas nem sempre ao ponto de obrigar à revogação das intenções enunciadas e poucas vezes ancorando em cenários de dramatismo tão decorativo, diferença bem pouca face a espalhadas modalidades da velhíssima certeza de que a liberdade que importa ao Coração, contrariando a que o cérebro inventa, é a de se deixar prender.

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