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O Chefe de Estado do Irão não se limitou a negar o que a imagem mostra, como
esta notícia e muitas outras referem. Acrescentou à afirmação de inexistência de homossexualidade na sua Pátria um sugestivo "ao contrário dos vossos países", o que traduz bem o desprezo pelo modo de vida ocidental, reputado como razão do fomento das práticas sexuais condenadas. A resposta foi
à letra, com a plateia a gargalhar. Não acredito que um tão grande auditório de Norte-Americanos jovens estivesse plenamente ciente das condições do quotidiano persa, ao ponto de ter base fáctica para saber falsas as declarações. O que se passa é que tão entranhada está a vocal presença
homo entre o meio que conhecem, que se recusam aprioristicamente a considerar que todos os crentes da República Islâmica evidenciem os elementos posteriores das anatomias respectivas apenas por pias razões.
Dito o que é inconcebível a atitude do reitorzinho universitário: tinha todo o direito de não convidar o orador para perorar na sua escola. É, aliás, o que eu faria, se tivesse valia para reitor de alguma coisa. Convidando-o, teria de tratá-lo cortezmente, moderando ânimos e não acirrando-os. Numa outra comunidade islâmica, a dos beduínos do Egipto, a hospitalidade é tão sagrada que obriga, sob pena de desonra, a tratar bem os próprios inimigos, ainda que criminosos, que procurem asilo (
wajh) na sua tenda,
enquanto lá permanecem. Mas claro que o visitante não esperava comportamentos dignos de "depravados infiéis". Digam lá que estas iniciativas favorecem o
Diálogo das Civilizações!...
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