sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Sabotagem Real

No aniversário do dia em que o Rei D. Carlos veio ao Mundo deu-me para revisitar o livro de António Cabral, contendo as cartas do Soberano a José Luciano de Castro e um valoroso estudo introdutório sobre Ambos. Sabe-se como o esforço pessoal do Monarca tentou e conseguiu restaurar Portugal na cena das Nações, após a inabilidade de um ministério que, solicitando a redução a escrito das pretensões Britânicas na África Austral, dera origem ao triste Ultimatum. Mas tinha de lutar também contra a agitação Republicana, a qual, manejando o rancor dos leitores de jornais, se opunha por todas as palavras à Inglaterra, até que, triunfante, lhe foi esmolar reconhecimentos e pedinchar visitas navais.
Dá o Chefe de Estado conta ao Político do que o entusiasmo pelos Boers estava fazendo, com a transcrição de um telegrama do Marquês de Soveral, Representante em Londres:
Infelizmente opinião pública em Portugal tem aqui creado pessima impressão e Vossa Magestade poderá bem apreciar o que será do nosso domínio colonial em África se daqui até ao fim da guerra algum acto nosso não vier a modificar essa impressão. Por de prompto parece-me indispensavel mandar já importantes reforços para Lourenço Marques, e no caso do actual governador não querer ficar, mandar outro que alem da Africa, conheça a Europa...
Termina a missiva instando ao efectivo deslocamento de tropas. O que a irresponsabilidade de governos eleitos e agitadores por eleger não custa a um Rei e a um País!

4 comentários:

Anónimo disse...

Parece-me que a raiz do problema está no desvirtuamento do poder moderador,segundo o qual o rei deveria ter um papel mais interventor.
Beijo

O Réprobo disse...

Como sabe, Cristina, sou adepto de uma moderação tão completa, de forma a que a jogatana partidária e partidora fosse erradicada. Assim foi o que se viu: Quando o Rei tentou exercer palidamente uma função gregária em prol de um interesse comum, as oposições de Sua Majestaqde passaram a oposições a Sua Majestade. Os partidos são a coisa mais totalitária que existe.
Bj.

Anónimo disse...

Mas,Paulo,acha que esse tipo de monarquia,por mais que se possa idealizar seria possível,nos dias de hoje,por maioria de razão,mas também nos desse passado próximo?Quanto a mim,os monárquicos têm que trabalhar com a realidade actual e pugnar para que se reconheça ao rei poderes efectivos,e não meramente simbólicos,mas numa base não utópica.
Penso que se remassem todos nesse sentido,a Monarquia poderia ser uma realidade.Assim,temo,nunca passará de um sonho.
Beijo

O Réprobo disse...

Um Homem faz a realidade, não se deixa fazer por ela, Minha Amiga. Ou Tudo, ou nada.
Beijo