terça-feira, 11 de setembro de 2007

À Data

Pensando no 11 de Setembro de 2001 de Georg Spogahn

Sou o último a engrossar as fileiras dos que, por não apreciarem a ascensão Norte-Americana, excluem a Europa da solidariedade do Ocidente. Pode a experiência histórica de domínio pelo Novo Mundo consubstanciar aspectos nossos menos bons, mas, ainda assim, são parte de nós, como que um ramo da família algo afastado, de que não se gosta muito, mas família, ainda assim. Isto mesmo perceberam os radicais islâmicos, os mesmos que nos chamam "cruzados", sonham com restaurações Maometanas do Califado de Córdoba, ou, em versões mais atentistas, com submersões demográficas da Europa, resultantes de imigração e integração de populações Muçulmanas. Estes, os inspiradores doutrinários dos terroristas, tinham pontos de contacto que poderiam fazê-los mais benignos para com os EUA: tanto a Federação Americana como o Islão provêm de concepções predestinacionistas da relação entre Homem e Deus, o que é normal em culturas que fazem da admiração da força o seu principal sentimento. Não foi, por conseguinte, pelo propalado ateísmo que Nova Iorque e Washington foram escolhidos: foi por ali residirem as forças económica e política que poderiam fazer empalidecer o reconhecimento da de Allah. Os europeus, serventuários da Casa Branca no olhar dessa gente, ficariam com tragédias menores.
Desta maneira, em mais um aniversário dos ataques de 2001, há que pôr os olhos no Passado Remoto, já que o Presente é nulo. E lembrar que depois da viragem de Charles Martel houve a Reconquista, prolongada por ofensiva contra as armas do Crescente que ameaçavam, em muitos recantos do Mundo, como os séculos de refluxo do Império Otomano, após o sucesso da defesa de Viena. E concluir que foi nesses muitos anos em que nos coube a iniciativa que os nossos territórios permaneceram seguros, salvo ocasionais raids de piratas... Mas que a Guerra deve ser feita com dignidade e que não há que impor aos inimigos vencidos a humilhação, para qualquer Homem Digno, que é a Democracia.
As Lições da História estão lá. O aproveitamento escolar dos detentores do Poder é que confirma as estatísticas portuguesas da Sociedade em geral.

4 comentários:

Anónimo disse...

Ainda há pouco tempo o Paulo lembrou o quão florescente e grandiosa chegou a ser a Civilização Árabe,e agora vemos até que ponto ela caiu;o Ocidente,apesar de várias conquistas em múltiplos sectores,assiste a demasiados pontos de regressão.
O Homem tem de se convencer que só poderá progredir no dia em que deixar de ser o seu próprio predador.Até lá,a nossa fé na espécie humana vai sofrendo sucessivos abalos.
Beijo

O Réprobo disse...

Amen, Cristina. E deverá também deixar de privilegiar as rivalidades de bairro que impedem a compenetração do que de essencial está em jogo. A menos que, voluntariamente, queiramos renunciar ao que nos deixaram.
Beijo

Anónimo disse...

Temos os dois a mesma opinião, Querido Paulo

mas como é óbvio por razões completamente diferentes.

O Paulo acha que os meios justificam os fins, eu continuo a não achar, exactamente por os nossos meios serem tão diferentes.


beijinhos

O Réprobo disse...

Querda marta,
isso é que não! Toda a minha luta é contra a ideia de que os meios justificamn os fins, a extracção que se pretende filiar em Maquiavel e que não cesso de criticar. Toda a minha preocupação é de levar Legitimidade, Cristianismo e Justiça aos quatro cantos do Mundo, com a oposição que cada um desses grandes Critérios opõe ao amoralismo.
Beijinho