sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Nessa Não Embarco!

No equivalente dia de 1910 a Revolução em Lisboa ganhava porque, apesar de tudo, se mostrou a menos incompetente das partes em conflito. Disse eu partes,? Gralha imperdoável, parte só havia uma, pois toda a tropa e mais gente disposta a combater não encontrou correspondente vontade e capacidade num Chefe que fosse, salvo uma bateria de Artilharia da Rutunda, com um Couceiro prenunciador.
Faltava afastar o Rei. Um simulacro Dele, pobre Rapaz recentemente investido num Papel para que não fora preparado e sem ter decorrido o tempo que promove as superações em casos similares. Numa actualização do Portugal é Lisboa e o resto é paisagem a arrogância da Burguesia Republicana da Capital tinha, pela voz de João Chagas rosnado
tenhamos a vitória em Lisboa e o resto faz-se por telégrafo. Lembra bem Rocha Martins o esquecimento de outra frase do mesmo, eu, se visse um rei ao pé sentiria tremer as pernas e as convicções. À cautela, porque uma Real Presença, mesmo marionetada pelos políticos dos partidos, pode lembrar a alguns fracos - mas não falsos - juramentos prestados, urgia pôr o Soberano ao largo. Foi o que fizeram, literalmente, na Ericeira, enganando-o com o engodo do transporte da Realeza para o Porto, evitando uma qualquer veleidade agigantadora de resistência na Província. Uma vez apanhado a bordo veio a segunda etapa do engano, rumo à desistência: a da apresentação do triunfo republicano como facto consumado, o que não custou, num país em que as atitudes tidas por "mais dignas", como a do Comandante da Guarnição Portuense, se ficavam pela recusa de içar a bandeira antes de confirmada a vitória dos revoltosos. A dignidade identificada com a adesão aos ganhantes, factor duradouro nos influentes de um país que, se reduzido ao número e tempo deles, bem mereceria a falta de sorte que fez embarcar o Ocupante do seu Trono para outras costas e a Nação para o afundamento.

15 comentários:

Capitão-Mor disse...

Um texto soberbo nesta data que me causa sempre calafrios!
Saudações Monárquicas

Anónimo disse...

Abaixo Buiça e Costa e todos os Cúmplices do Regicídio!

Anónimo disse...

triste dia...

Anónimo disse...

Apoio o que o Mano escreveu!

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

Querido Paulo,

Que rem�dio temos sen�o embarcar na ideia de termos um PR que nem � mesa sabe estar e o que � pior: pago por n�s e por n�s eleito.
Dizem qe Monarquia � cara?? Caro � sermos mal representados e ludibriados, isso sim.

beijo

O Réprobo disse...

Retribuúdas em dobro, Caríssimo Capitão-Mor. É sempre dia de luto a asinalar, ontem tentei focar um ponto menos atentado e que marcou a derrocada.
Abraço

O Réprobo disse...

Caro Gazeteiro,
tristíssimo, na verdade. Os restos que ainda poderiam dar a um indivíduo ma razão válida para servir, despachados por via marítima...
Abraço

O Réprobo disse...

Querida Júlia,
as contas estão feitas,até na blogosfera, segundo julgo lembrar, pelo JSM, há muitos meses. A República sai sempre mais cara. Não falando já no funcionamento, cada eleição custa uma fortuna. Foi aliás a razão de, em tempo de escolha da forma de estado o que era então o único deputado republicano da Noruega ter votado pela Monarquia, para não sobrecarrear os contribuintes.
Mas o mais caro de tudo é o vexame de ver a encabeçar o Estado um qualquer mendigo de votos, a parte desprezível dos indigentes, pois que não movidos por necessidades de subsistência, senão de mando.
Beijinho

O Réprobo disse...

Os postais assunados com as identidades dos Infantes tomo-os como expressão de afecto pela Família Real. E, em nome do Velho Portugal, agradeço.

Anónimo disse...

'asunados'?
É assim que se escreve no Velho Portugal?
Então que Viva o Novo!!!
Viva D. CavacoI

O Réprobo disse...

Se conseguir erupções destas de cada vez que os is e os us sejam trocados, com este teclado, vai ter de andar muito contentinho da silva com que tem...

Anónimo disse...

Contentinho da Silva é o sucessor de Cavaco da Silva I?
Que bela monarquia...

Contentinho da Silva II

É a Dinastia dos Silvas!

O Réprobo disse...

Tá a ver como o horror à República chega a todos?

Anónimo disse...

Caríssimo Amigo:

O dia 5 de Outubro seria para mim um dia de luto profundo, se não fosse esse outro 5 de Outubro de 1143, que deu «carta de foral» ao nascente Reino de Portugal.

Com efeito, foram precisos oito séculos e três dinastias de Reis (não conto a Filipina, pois considero-a usurpadora) para construir um dos maiores Impérios do planeta, e apenas 97 anos de Respública para o destruir, e tirar a este Nobre Povo o orgulho e a vontade de ser Português.

Começámos com o desastre de 1578-80, continuámos com o de 1834; depois veio a derrocada republicana de 1910, a vergonha trágica do 25 de Abril de 1974 (principalmente do que se lhe seguiu) e, por fim, os vários desgovernos liquidatários da Pátria, que a entregaram aos mercenários de Bruxelas e vendem agora os restos a retalho, locupletando-se com o saque.

Realmente, de um regime (republicano) iniciado com um assassinato e imposto à população pela força bruta (basta recordar o sinistro «camião da morte», ou a função nefastíssima da GNR, criada para o efeito), nunca poderia advir algo de bom.

Viva o Reino de Portugal!

Um grande abraço e cordiais saudações monárquicas.

O Réprobo disse...

Meu Caro Carlos Portugal,
dia medieval que evoquei no anterior blogue, como sendo o 5 de Outubro que importava. Neste ano optei por um postal de luto, sublinhando o papel do ardil, sempre presente na obra de destruição que o Meu Caríssimo Amigo tão bem recapitula.
Abraço