Dimensões em Fuga
Ponto de Fuga de Nieves SalzmannHá que seguir todo o peso que o Sumo Pontífice, à letra o Supremo Fazedor de Pontes, põe nas palavras, quando, na mensagem natalícia deste ano, conclui pela escassez do tempo e espaço que os homens de hoje têm para os Outros, sabendo-se, em simultâneo, da reedição sazonal do morticínio nas estradas.
Vista de fora, nunca tanta gente teve tanto tempo disponível, nem tão espalhado se encontrou o espaço próprio. Mas é justamente a aplicação desmesurada em consegui-lo, com todo o desgaste e erosão próprios da obsessão pelo sucesso profissional na carreira, que gera a necessidade desenfreada de fugir, procurando lugares outros que os do quotidiano, capazes de facultar a exibição tranquilizadora dos lazeres hiperaproveitados, espremidos até à última gota. Não falo naqueles que se deslocam para estar com familiares ou conterrâneos que não vêem há muito. Refiro-me aos que, cada vez mais, fazem do Natal o que era reservado ao Fim de Ano e ao Carnaval, buscando rumos de férias classistas para espairecer.
É directa consequência da claustrofobia a que se chegou no egoísmo da lufa-lufa citadina, gerador do equívoco da necessidade de descansar dos conhecimentos, quando o que inconscientemente se almeja é a evasão de si. E que demasiadas vezes substitui um encarceramento por outro, o dos cubículos das moradas metropolitanas pelo das carcaças das viaturas acidentadas.
Vista de fora, nunca tanta gente teve tanto tempo disponível, nem tão espalhado se encontrou o espaço próprio. Mas é justamente a aplicação desmesurada em consegui-lo, com todo o desgaste e erosão próprios da obsessão pelo sucesso profissional na carreira, que gera a necessidade desenfreada de fugir, procurando lugares outros que os do quotidiano, capazes de facultar a exibição tranquilizadora dos lazeres hiperaproveitados, espremidos até à última gota. Não falo naqueles que se deslocam para estar com familiares ou conterrâneos que não vêem há muito. Refiro-me aos que, cada vez mais, fazem do Natal o que era reservado ao Fim de Ano e ao Carnaval, buscando rumos de férias classistas para espairecer.
É directa consequência da claustrofobia a que se chegou no egoísmo da lufa-lufa citadina, gerador do equívoco da necessidade de descansar dos conhecimentos, quando o que inconscientemente se almeja é a evasão de si. E que demasiadas vezes substitui um encarceramento por outro, o dos cubículos das moradas metropolitanas pelo das carcaças das viaturas acidentadas.
4 comentários:
A estrada servir para ganhar tempo quando ia perdendo para sempre o meu anteontem. Depois conto.
Meu Caro Rudolfo,
engarrafamento, ou coisa pior? E garanto que o postal não era uma indirecta, ehehehehehehe.
Ab.
Observações muito pertinentes meu caro...
Abraço
Obrigado, Amigão. É bom que aproveitemos estes momentos para pensar e... parar, ou... pela ordem inversa.
Ab.
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