quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Memorial

O Príncipe de Espanha expressando as condolências à Família do AssassinadoNo dia em que se lembra o infame assassinato de Luís Carrero Blanco pelos etarras o Filomeno teve a bondade de me enviar este testemunho de um Neto do Estadista assassinado, no sentido de contrariar as teses que dizem que Carrero poderia ter sucedido a Franco, evitando a Restauração.
O texto tem ainda a virtude de transcrever parte de uma entrevista que infirma o entendimento do Amigo Jansenista, acerca de ter o Rei D. Juan Carlos "traído" a obra do Caudilho. Com efeito, Franco foi um Ditador no sentido clássico do termo, que aceitou uma missão para fazer face a uma crise sanguinolenta em que a tranquilidade do culto, pessoas e propriedade dos Espanhíos não era respeitada. A Instituição da Ditadura era comissarial. E se no caso vertente a comissão se tornou de jure vitalícia foi porque o Chefe de Estado sabia muito bem que em Democratas não se confia, eles não respeitam acordos, veja-se o caso de Pinochet.
Mais ambicioso foi o Estado Novo Português, acreditando perpetuar-se, para além de Salazar. Não percebeu que é difícil encontrar dois génios de enfiada. Nem que a salvaguarda institucional contra a agitação demo-liberal só pode ser eficazmente garantida pela força da hereditariedade de um Trono. Desde que o amparo das instituições rodeie durante tempo significativo a acção do ocupante deste, o que faltou no caso Espanhol, em que do Príncipe, como sucessor designado, sem exercício no quadro legal vigente, seria facilmente previsível marca modificativa.

15 comentários:

Anónimo disse...
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Diogo disse...

«acreditando perpetuar-se, para além de Salazar. Não percebeu que é difícil encontrar dois génios de enfiada»

Falso, eu vim agora do Jansenista e afirmo-lhe que não tem razão, Einstein. Você, é também uma cabeça.

O Réprobo disse...

Meu Caro Filomeno,
assim se vê quem é Grande, reconhecendo na dor a consequência dos ossos do ofício. À maneira da Realeza!
Abraço

O Réprobo disse...

Ao Diogo sempre direi que não estou nem nunca estarei na política e que tentarei retribuir o elogio na próxima... encarnação. Não desespere.

Anónimo disse...

É precisamente nesta "teimosia" que muito acuso Salazar pela situação que agora vivemos. Entendi sempre que ele muito falhou quando, nos inícios dos anos cinquenta, não promoveu essa mesma transição, como, aliás,defende Alfredo Pimenta na introdução do«Três Verdades Vencidas».
Beijo do grilo falante :)

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
O Réprobo disse...

Querida Cristina,
Ele bem tentou, quando faleceu Carmona. Mas o Conselho de Estado, com as excepções de Mário de Figueiredo e Cancella d´Abreu pronunciou-se contra, muito por instigação de um trânsfuga do Integralismo, Marcello Caetano.
Pimenta, aliás, marcando a posição, compreendeu isso e deu-se bem até ao fim com Salazar, o que era difícil, com o feitio do Sábio Seu Conterrâneo.
Beijo
PS: a resposta continua, dirigindo-me ao Filomeno.

O Réprobo disse...

Meu Caro Filomeno,
tens muita razão no que dizes. O Próprio se queixou várias vezes de "o Exército não querer". Muitas das Altas Chefias vinham de meios Republicanos, embora não-jacobinos, o Estado Novo era um regime de coligação de todos os que tinham sofrido os desmandos dos sequazes de Afonso Costa.
Tudo somado, até foi um bem. Não acredito que a embrulhada da Guerra de África pudesse ter bom fim fora do rumo traçado por Salazar. E, morto este, os capitães abrileiros aproveitariam para derrubar também o Trono.
Abraço

José Enrique Carrero-Blanco Martínez-Hombre disse...

Como nieto del Almirante te agradezco el mensaje que has colocado en tu blog.

Muchas gracias

O Réprobo disse...

Meu Caro José Enrique Carrero-Blanco Martínez-Hombre,
é grande Honra para este pobre Blogue receber a Visita de um Descendente Directo do Grande Homem de Estado sacrificado pelo serviço ao Seu País.
Abraçando-Te e colocando o link para o Teu Blogue na lista das Afinidades, tento prestar mais uma homenagem a um Vulto que merece a admiração de todos nós.
Forte abraço

José Enrique Carrero-Blanco Martínez-Hombre disse...

O reprobo muchas gracias por tus palabras, el honor es mío y muchas gracias

Jansenista disse...

Boa vontade a Sua, Caro Réprobo, boa vontade sem limites. Mas enfim, como andam a ler-nos alguns Confrades espanhóis, não vou insistir na minha opinião sobre o Monarca...

O Réprobo disse...

Meu Caro Jans,
bem a conheço, mas continuo a atribuí-la a alguma predisposição de um Republicano Digno, dos raros. E que só insiste nessa postura porque sonha com a austeridade de tal teorização no Classicismo Grego e, sobretudo, Latino, não querendo ver na tristeza posterior a essência dessa triste Forma de Estado.
Abraço

Anónimo disse...
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O Réprobo disse...

Também para Ti, Caríssimo Filomeno. Vou procurar o livro que sugeres.
Abraço apertado