sábado, 9 de fevereiro de 2008

Crime, Digo Eu

Diz-se - e com boas razões - que não se perde um jogo de futebol por causa dos jornalistas, mas é bem possível comprometer uma investigação criminal graças aos comentadores. A fúria que deu nas TVs portuguesas em mandar para o ar uma multidão de criminologistas de trazer por câmara, a propósito do caso Maddie, pode bem ter forçado a decisão agora apresentada como erro e de que esses seráficos opinadores se demarcam. Meses atrás enjoava ouvir a convergência destes sem cargo a quem saiu a sorte grande, no sentido de responsabilizar pelo desaparecimento e, até, por um hipotético homicídio os pais da Miúda. Ainda admiti que se tratasse de concertação com a PJ e o casal McCann, no sentido de abrir a guarda dos culpados. Não o sendo, trata-se de inadmissível constituição de arguidos a pedido, pelo que devem ser imputadas culpas aos investigadores que cederam, mas não podem ser inocentados os pressionantes e televisivos opinadores que a reivindicaram. A Polícia terá feito figura de Inspector Clouseau, mas por não ter sabido permanecer closed à confecção de uma solução por particulares sem maior participação no processo do que a de palrar sobre ele. E por isso embolsar, mesmo que se comprove não terem tido a verdade no bolso.

10 comentários:

Anónimo disse...

Se há casos em que a aplicação férrea do famoso "segredo de justiça" deveria ter sido observada, este é, sem dúvida, um deles...Quando os "media" têm acesso a informações supostamente confidenciais e se dedicam a efectuar investigações paralelas, a PJ e/ou o Ministério Público rapidamente perdem o controlo da situação, e é o que se vê...

Ricardo António Alves disse...

Tens toda a razão meu caro. Já não bastava o drama horrível, ainda temos os que se alimentam da desgraça alheia.
Ab.

O Réprobo disse...

Mas qual, Caro TSantos, aquilo foi um vergonhoso arrastar de versões alternativas para entreter o pagode e mstrar pretensas sagacidades. Dz que alguns desses "especialistas" eram inspectores reformados. Sempre gostava de saber se veriam com bons olhos que o mesmo fosse feito a investigações suas, enquanto no activo...
Abraço

O Réprobo disse...

E, Compadre RAA, se de facto não tiverem culpas no cartório, estás a ver a lente de aumentar que ainda é serem apresentados ao público como os criminosos que atentaram contra a própria filha?
Abraço

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

e como se devem ter sentido, sendo acusados, apesar da dor de a perder. Isto não tira as culpas que devem ter sentido ao abandoná-los no partamento enquanto se divertiam.

Tem razão, Paulo, todos esses reformados, queriam palco e palmas...um mundo de vaidades sem escrupulos...

beijinho

O Réprobo disse...

Claro, Querida Júlia, sob o ponto de vista da frieza negligente não há que diminuir responsabilidades. A questão está na atribuição a quem sofre das piores intenções concretizadas.
Beijinho

Anónimo disse...

Exacto, Caríssimo. Submetidos a toda esta pressão mediática, e se calhar tb á pressão das chefias, os investigadores da PJ, aparentemente, "meteram água" em grande quantidade...

Mas gostaria de frisar a expressão "aparentemente", porque este caso já teve tantas reviravoltas que ainda podemos ter mais surpresas...

O Réprobo disse...

Desde o princípio que disse não ter palpites sobre culpabilidades que não fossem a da Televisão. E não propriamente no rapto, mas do sumo bastardo que dele espremeram.

Capitão-Mor disse...

Este foi o exemplo máximo do lixo jornalístico que se produz em Portugal. Muitos gritos, ,uita histeira, muito movimento e muito pouca investigação e qualidade de conteúdos.

O Réprobo disse...

Com a agravate, Caro Capitão-Mor, de fazer subir as audiências à custa de especulações acusatórias sem prova que tivesse bastado. Fede, lá isso...
Abraço