Deprimente
Lua Escura de Antoine de VilliersA descoberta de terem os anti-depressivos usados nas perturbações psíquicas menos graves efeitos equivalentes aos de pastilhas de água e açúcar, residindo toda a sua capacidade terapêutica nos efeitos psicológicos que despertem nos afectados, vem uma vez mais confirmar as raízes da fragilidade contemporânea. Fizemos de nós umas plantinhas de estufa, sempre abertas a padecer em função de factores extrínsecos aos ciclos físicos e mentais que incomodam e diminuem, ficando absolutamente viciados num reconhecimento da importância que sentimos devida, nem que seja sob a forma de uma prescrição médica de pragressíssimos medicamentos.
Placebo por placebo, antes receitar a cada ameaçado de depressão a feitura de um blogue. O exercício ajuda muito, desde que não fique cativo da atenção de que, numérica ou individualizadamente, se julgue credor. E sempre é melhor do que confiar em que, para as dores da Alma, vale expediente idêntico ao utilizado para resolver as da cabeça, com recurso a uma fraudulenta parente da aspirina.
Placebo por placebo, antes receitar a cada ameaçado de depressão a feitura de um blogue. O exercício ajuda muito, desde que não fique cativo da atenção de que, numérica ou individualizadamente, se julgue credor. E sempre é melhor do que confiar em que, para as dores da Alma, vale expediente idêntico ao utilizado para resolver as da cabeça, com recurso a uma fraudulenta parente da aspirina.
12 comentários:
É muito mais saudavel, sim senhor! Só é pena por vezes a escassez de tempo...
A feitura de um blogue pode reduzir
a tendencia para a neurastenia e a
depressão.
Mas um pouco de Mar, um pouco de Sol,um pouco de brisa e um bom grupo de Amigos
é a melhor terapeutica para superar
os dias turbulentas desta nossa Era.
Beijinho
Constança
Meu caro Réprobo,
estou com a Constança.
A melhor terapeutica é andar, andar bastante, se possível ao pé do mar, com sol.
Um blog tem muitas vantagens e distrai, é certo, mas tem o defeito de nos deixar muito parados (ou sentados...), agarrados ao p. c. e numa aparente "relação social" que julgamos dominar mas que, a mais das vezes, nos domina e nos fecha em nós mesmos.
:-)
(P. S. Ter que ser "tratador/a" de criaturas pequenas com energia suficiente para, ligadas a um gerador, dar electricidade a todo o planeta também ajuda muito a esquecermos as nossas pequenas depressões...):-p
Sem dúvida, Querida Myself, E não devemos deixar que ele nos roube o que deve ser dedicado a coisas mais importantes. Não possuindo a virtude da bilocaçáo, ao contrário de Santo António, cumpre ser arrumadinho, tentando encontrar momentos para fazer a perninha blogosférica.
Agora, recorrer aos fármacos deixa, pelo que a observação me permitiu apreender, em estado imprestável para qualquer das actividades concorrentes.
Beijinho
Claro que o ponto de vista de D. Constança tem du vrai. Vale que não são actividades que se excluam!
Querida Fugidia,
por isso não cesso de alertar que há muita vida para além da blogosférica!
Acredito piamente que devotar-se à formação dessas Esponjas de afecto e aprendizagem que muitas crianças são contribua sobremaneira para o equilíbrio interior, na medida em que nos exime à obsessão de nós.
Beijinho
Fugidia
Grande actividade essa que permite colocar sintomas depressivos bem ao longe.Isso e o mar e o sol que tanto gosta como eu
e algum uso da blogosfera
e temos uma pessoa feliz
Caro Sr.Réprobo a obsessao de nós
fechar-nos-à contemplaçao do outro
ao enriquecimento com o outro.
O outro tudo o que entenda por
amizade e afecto.
Constança
Cara Constança,
o mar e o sol tenho tido pouco, mas actividades não me faltam, é só escolher :-)
Não sei se há pessoas felizes; há, sim, momentos de felicidade, muitos, mesmo: assim haja capacidade (e sensibilidade) para nos apercebermos deles...
:-)
O blogue, caras Comentadoras e caro Réprobo, é, para mim, o perfeito passatempo: estimula-me a ler, fornecendo-me excelentes textos e excelentes indicações de leitura; estimula-me a ouvir música e a aprofundar os meus gostos, para que possa seleccionar a sua música de fundo; estimula-me a fazer longos e diversificados passeios, à caça de boas imagens; estimula-me a escrever, de vez em quando – e fá-lo-ia muito mais se pudesse dedicar-me a ele em exclusivo; estimula-me, enfim, a manter esse convívio «epistolar» moderno ( mais conciso), que nos propicia estas boas «amizades intelectuais»... Estou muito contente com o meu «hobby» e já não sei o que é sentir-me aborrecida há muito tempo. :-D
Sem dúvida, Querida Luísa, que a procura de ingredientes espicaçada pela necessidade de publicar, tendo em vista servir o bate-papo virtual com Quem estimamos é das maiores alegrias que se tira da blogosfera, afinal uma tertúlia sem alguns incómodos das de factura antiga.
Beijinho.
Caríssimo,
Por "excesso" de vida extra-blogosférica (tudo se inverteu, não é?) não tenho tido tempo para vir aqui muito, com grande pena minha. Mas concordo consigo: placebo por placebo, antes um blog, que é mais barato e bem mais divertido do que o divã de um psicanalista ou o relambório químico de um psiquiatra! Com conta, peso e medida, claro, mas isso é aplicável a (quase) tudo na vida...
E... "pragressíssimos"? O que eu aprendo consigo, meu amigo!!
;)
Um beijinho
Já se sabe, Querida Ana, o equilíbrio é fundamental. Penso que blogar é expediente muito melhor porque, embora possa criar dependencia, não trará o esvaziamento da habituação nem a diminuição das exigências que as alternativas que focou acarretam.
Quanto à palavra feia, quer por equvalência, quer por adstringência fonética, rima com "placebos".
Beijinho
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