sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Jardins em Vista

Segundo informa Pedro Bebiano Braga, a Rainha D. Maria Pia, sugestionada por Lobatos & C.ª que davam o Jardim de S. Pedro de Alcântara como o Gampo Grande dos pobres, escusou-Se durante muito tempo a lá passear, por crê-lo o local de rendez-vous de todas as cozinheiras da cidade. Isto até que a Marquesa de Rio Maior A levou lá, encantando-A as vistas. Apetece desde já dizer que bons tempos eram esses em que os jardins faziam algo pelos humildes, em vez de operações ruinosas em que apenas as próprias aposentações não saem prejudicadas.
Mais se conta em «A Sétima Colina», que havia vigilância por guarda e porteiro para evitar quebras de moralidade na progressiva frequentação nocturna de costureiras, operários, saloios e vadios, vindo mais tarde a colocar-se guarita e sentinela policial para obviar a suicídios que proliferaram. Claro que hoje, se os olhos do poder continurem postos no exemplo de além-fronteiras, não tardará a mobilização geral da ASAE contra os fumadores que pelo perímetro se aventurem...
Dedico esta breve notícia ao Bic Laranja, Que exemplarmente referiu o termo das obras lá sofridas e à Luísa, pela sensibilidade invejável com que fotografa da zona.

9 comentários:

Anónimo disse...

Linda fotografia.
É uma das coisas bonitas a ver em Lisboa à noite, as vistas, iluminadas, que se alcançam do jardim.
Beijo

fugidia disse...

E o no "Nocturno" a fotografia é a cores, tão bonita, cheia de sol e luz, e aqui é que se fala do (belo)anoitecer!?
:-)

O Réprobo disse...

Querida Cristina,
a história dos passeios públicos - sem segundo sentido - é não só a dos namoros que por lá passaram, como o do nosso com a cidade que amamos.
Beijo

O Réprobo disse...

Querida Fugdia,
é a diferença entre o século XIX e o XXI, apesar de umas excelentes fotografias coloridas dos Lumière que o Carlos Portugal me deu a conhecer. E pode também ser a simbólica da nossa incapacidade de memorizar cores, oníricas ou estudadas, embora as fruamos no Presente. Não digo mais nada, ou a Luisa ainda vem divertir-se com as minhas acventuras no reino do espectro cromático.
Beijinho

fugidia disse...

:-)))
(melhor não, de facto...) :-p

O Réprobo disse...

Além, de que, Querida Fugidia, não gostaria de ver afastar as «afinidades...» do «Nocturno», sob o pretexto de serem o dia e a noite...
Bj.

Luísa A. disse...

As suas aventuras cromáticas são também as minhas, meu caro Réprobo. Já há dias tive de fazer umas consultas sobre uns tons indefiníveis… E nocturno, só o meu horário blogosférico. Aprecio muito a clareza dos dias no «Afinidades», onde nunca venho sem aprender. Obrigada.

O Réprobo disse...

Querida Luísa,
claro que são o encanto e o intimismo deslumbrantes que justificam o nome de «Nocturno», sucedendo a Luar.
Beijinho

Bic Laranja disse...

Tarde, mas acabei por cá vir apreciar as vistas.
E, claro, agradecer a generosa menção. Obrigado e desculpe!